quinta-feira, julho 31, 2008

Mercado Municipal de Curitiba

Entre os lugares mais baratos de comprar vinho na cidade estão as lojas de vinho do mercado municipal, além de ser um ótimo passeio para o fim-de-semana. Tem aquele aroma confuso típico das verduras e frutas misturadas, a agitação das pessoas passando com sacolas pra lá e pra cá e os feirantes com seus jalecos azuis.
No mercado há muitas barracas de frutas e verduras, como não poderia deixar de ser, mas ao contrário do que muitos podem pensar não são os produtos comuns do dia-a-dia. Lá encontramos aquele tempero mais raro ou aquela fruta exótica também.
Lojas onde a gastronomia fina tem espaço são muitas: massas importadas, temperos orientais e produtos frescos são o que mais vemos. Recentemente, abriram cafés e docerias.
Um programa excelente para sábado é almoçar com família e amigos, depois passear pelas vendas, fazer compras nas lojas e ir pesquisando preços de vinhos. Ao final, comprar umas garrafas para rechear a adega.
Difícil é sair de lá sem um queijinho Vincent, um Prima Dona e presunto parma na sacola. O almoço no mercado é concorrido e chegar cedo evita esperas e filas.

Pizzato Concentus 2004

PARA A CONFRARIA BRASILEIRA DE ENOBLOGS

Realmente, após a degustação às cegas de vinhos nacionais (relembre) e depois de provar mais uma vez este Pizzato, não posso concordar com as notas dos poucos vinhos brasileiros provados pelas grandes publicações internacionais (veja).
Podemos questionar o preço do vinho nacional na comparação com similares da Argentina e do Chile. Justifica-se porque as características ambientais do Vale dos Vinhedos e das novas zonas de altitude (Santa Catarina particularmente) exigem mais custos para se conseguir um vinho melhor, mas para o consumidor vale mesmo é quanto se paga pelo que se obtém de prazer. A aposta do momento é a região de Santana do Livramento e toda a área de fronteira com o Uruguay, de fato uma latitude mais condizente com as regiões que produzem vinho de qualidade ao redor do mundo. Veremos.
O que importa agora é afirmar que já se faz vinho bom no Brasil. A safra 2004 foi muito boa. A 2005 melhor ainda. 2006 e 2007 um pouco inferiores. Há grande expectativa com 2008, com a empolgação rondando os vinhedos do Rio Grande do Sul.
Temos aqui um ótimo exemplo da safra 2004. Já havia provado em viagem ao Rio Grande do Sul ano passado e foi um dos vinhos que me agradou. A nova prova confirmou a boa impressão.

PIZZATO CONCENTUS 2004

Bem escuro, com leve toque violáceo. Meio rosado no alo.
Boa intensidade aromática, com frutas, geléia e boa passagem por madeira. Gostei do nariz. Boca de taninos agradáveis, bom corpo e frescor, mas excesso de acidez (típico do Vale). Um nacional que agrada com preço médio. 13% de álcool.R$39,90 no Celeiro Municipal (Mercado Municipal de Curitiba). VV!85.

quinta-feira, julho 24, 2008

Velha Vinífera #4 - 12/07/2008 - Sangiovese

A degustação foi realizada na Vino! Batel. Infelizmente, mesmo tendo preparado a degustação, não pude estar presente devido a compromissos profissionais. Os confrades relataram que o primeiro vinho foi o diferencial da noite, mesmo não sendo um Sangiovese da Toscana. Fiquei também muito curioso com o Falesco e pretendo prová-lo em breve.

Agradeço ao pessoal da Vino!Batel por ter recebido muito bem os confrades. Vamos ao material de estudo da noite:

SANGIOVESE
Relembrando um dos vinhos da Escorihuela Gáscon na degustação anterior, vimos que a Sangiovese é uma uva italiana que faz vinhos leves, ácidos e saborosos. Atinge grandes resultados especialmente na Toscana. Os vinhos dela são muito gastronômicos, favorecendo combinações com massas de molho vermelho não tão encorpados, menos condimentados e pratos leves.

TOSCANA
As denominações de origem mais conhecidas são:
Brunello di Montalcino: Região especial em Montalcino de solo argiloso petrificado onde se desenvolveu o clone Sangiovese Grosso. Lá também é feito o Rosso di Montalcino, um vinho ótimo feito de uvas não tão excepcionais como as do Brunello.
Chianti Clássico: produzido na região clássica entre Siena e Firenze.
Chianti Rufina: produzido nas proximidades de Rufina, perto de Firenze(direção nordeste), não confundir com Chianti Rufino de garrafa empalhada e de baixa qualidade.
Chianti Montalbano: produzido próximo a Montecarlo, entre Pistoia e Firenze (direção noroeste).
Colli Fiorentini: produzido nos arredores de Firenze.
Colli Aretini: produzido nas proximidades de Arezzo.
Colli Senesi: produzido próximo de Siena.
Colline Pisane: produzido nos arredores de Pisa.
Montespertoli: área pertencente à Siena, mais ao sul (DOC desde 1997).

Notabilizaram-se na região vinhos produzidos fora das normas das denominações de origem. Muitos desses vinhos “ilegais” são rotulados com a denominação IGT. Ganharam o apelido de Supertoscanos por serem modernos vinhos feitos com percentuais de uvas francesas proibidos pelas regras.

(clique na imagem para melhor vizualizá-la)

VINHOS
FALESCO SANGIOVESE UMBRIA IGT 2006
Segundo a Wine Spectator este vinho apresenta belos aromas de amoras esmagadas e flores num corpo cheio, com taninos bem integrados e final limpo de baunilha e frutado. 13% “Smart Buy”. WS 90 e Robert Parker 90!

ROSSO DEI NOTRI 2006 IGT TOSCANA
A Tua Rita produz vinhos que são avaliados 95 pontos ou mais em todas as publicações mundiais. Este é o vinho mais simples da vinícola, composto por 60% sangiovese cortada por merlot, syrah e Cab. Sauv. Segundo a WS, fresco e limpo, com frutas vermelhas, violeta e mineral. Corpo médio com taninos bem integrados e bom final frutado e mineral. Um pouco curto. 13,5% WS 86.

CAMPO CENI 2003 IGT TOSCANA
Vinho que representa um estilo moderno na linha da vinícola Barone Ricasoli. Desde o século XII se produz parreiras e oliveiras em torno do Castello di Brolio. Este vinho foi descrito pela WS como sendo terroso, com ameixas e folhas secas. Corpo cheio, com final de frutas maduras. Não é para se empolgar, mas um bom vinho. 13,5% WS 82.

Referências na Rede:
http://www.tuarita.it/ – Tua Rita
http://www.estaçãodovinho.com.br/ – artigo de Manuel Luz
http://www.winespectator.com/ – Revista Wine Spectator: avaliações de vinhos e artigos.
http://www.micheleshah.com/ – Michèle Shah – Wine, food and travel writer

Velha Vinífera #3 - 28/06/2008 - Argentina

A degustação #3 teve a apresentação dos vinhos argentinos da Escorihuela Gascón, importados pela Wine Company. Provamos Cabernet Sauvignon, Syrah, Sangiovese e Malbec, dando panorama didático das características do que cada uva pode apresentar.

FAMILIA GASCÓN CABERNET SAUVIGNON 2005
Cor violácea com toque rosado, meio atípica. Da Cab. Sauv. esperamos ruby. Frutado e floral, com alguma especiaria no aroma. Taninos vivos, mas sem incômodos. Boca fresca que me lembrou cereja e framboesa. A confraria destacou aromas de framboesa e amora. Foram características evidenciadas o tanino, a suavidade e o adocicado paladar. R$32,00.

ESCORIHUELA GASCÓN SANGIOVESE 2004
Cor ruby brilhante. Para mim, aromas com couro, defumado e frutas frescas. Barrica bem marcada e boa intensidade aromática, mas um tanto simples. Falta-lhe elegância. Boca delicada, leve e frutada. Os taninos ainda presentes no início da degustação vão arredondando com o tempo. No retrogosto, começou com algum amargor que se esvaiu. Um vinho que evolui bem em taça e melhora. A confraria caracterizou-o como frutado, doce (foi citado favo de mel), defumado, geléia e baunilha. Houve quem o considerou tânico e com amargor. R$43,00.

ESCORIHUELA GASCÓN SYRAH 2004
Ruby com leve toque violeta. Escuro como deve ser Syrah. Aroma mais defumado, alguma especiaria. Destaque para intensidade e complexidade. Taninos ainda vivos no palato. Agradou. Para a confraria, apareceram aromas de ameixa, frutas, açúcar queimado, couro e especiarias como cravo e canela. Consideraram o vinho encorpado e intenso. WS86. R$43,00.

ESCORIHUELA GASCÓN MALBEC 2004
Ruby com toque violáceo. Aroma fechado ainda, frutado e floral com alguma baunilha. Aroma menos intenso, mas o mais elegante. Ótimo no paladar, com taninos tranquilos e redondos. Palato limpo e simples. Meu vinho da noite. A confraria destacou o amadeirado e aromas de café, couro e fumaça. Boca doce. WS88. R$43,00.

segunda-feira, julho 21, 2008

Velha Vinifera #3 - Notas de Estudo

O tema da noite foi Argentina, com a Wine Company apresentando os vinhos da Escorihuela Gascon.

VELHA VINÍFERA
Degustação #3 – 28/06/2008
Escorihuela Gascón


CEPAS

Continuando nosso estudo das uvas temos vinhos de três castas novas: malbec, syrah e sangiovese. A oportunidade é muito interessante porque provamos os vinhos da Escorihuela Gascón. Poderemos sentir bem didaticamente a diferença das uvas que provamos.

Malbec
Uma das uvas permitidas em Bordeux, mas não muito utilizada. Na Argentina, adaptou-se muito bem, o que fez dela a uva símbolo da viticultura local, especialmente em Mendonza. Ressurge na frança com os Malbecs de Cahors. Apresenta aromas a frutas secas e especiarias. Tem tâninos e antocianos fortes, mas ainda assim com doçura na boca, pois costuma ter elevado índice de açúcar e álcool. Pode resultar em vinhos de guarda. Harmonização: carne vermelha, churrasco e queijos fortes.

Syrah
Cepa clássica francesa, plantada nas margens do Rhône. Entra no corte do Châteauneuf-du-Pape e é usada como monovarietal nos Hermitage. Ganhou o Novo Mundo e aparece com excelente resultado em vinhos da Austrália, da África do Sul, do Chile e da Argentina. De cor profunda e corpo concentrado, apresenta aromas intensos de frutas, picantes e defumados (quando tratada em barrica de carvalho). Harmoniza com carne vermelha e aves. Pode ir também com queijos amarelos, fondue e souflê. É clássica a combinação com crepe.

Sangiovese
Cultivada por toda a região central da Itália, seu ponto alto é na Toscana onde é a base dos Chianti e do Brunello di Montalcino. Algumas vezes entra no corte dos Supertoscanos junto de uvas não italianas.
Na Argentina, há controversias na literatura se a variedade produzida é mesmo a sangiovese toscana. Alguns autores acreditam que possa ser outra uva da toscana devido a muitas diferenças que encontram entre vinhos produzidos em Lujan de Cuyo e na Toscana.
A versão italiana apresenta agradável acidez, corpo médio e taninos leves. Como é um vinho leve e saboroso é muito bom em harmonização e vai bem com pratos leves, como sanduiches. Clássico com macarrão à bolonhesa, espaguete ao sugo e ravioli. Não vai com peixes, mas acompanha camarão ao alho e óleo.

ARGENTINA
A Argentina tem tradição vinícola bem maior que a brasileira. É o quinto maior produtor e quinto maior consumidor de vinhos no mundo. O consumo per capita vem diminuindo, mas o consumo e a produção de vinhos de qualidade aumenta.
O terreno em torno dos Andes é árido e depende dos sistemas de irrigação para produção das parreiras.
A principal região produtora é Mendonza, onde se destaca a uva Malbec. Ao Norte, em Salta, a Syrah divide as atenções com a Malbec e ao sul, na Patagônia, os viticultores apostam também na Sauvignon Blanc e na Pinot Noir. Não se pode esquecer dos adocidados Tempranillo, vinhos agradáveis feitos com esta casta espanhola.

Referências:
Bibliográficas:
Larousse do Vinho.
Santos. José Ivan. Vinhos o Essencial.
Rede:
http://www.vinosdeargentina.com/ – Vinos de Argentina
http://www.academiadovinho.com.br/ – Informações muito interesantes em português

domingo, julho 20, 2008

Dois Argentinos

Nesta sexta-feira reunimos a família no Laércio para comemorar a chegada do Rafael em Curitiba. Tomamos dois argentinos trazidos de incursões ao país vizinho.
O Rafael, como é de costume, desvirtuou o assunto do vinho e propôs nova modalidade de desgutação: "às mudas". O papel de irmão do meio é esse mesmo - risos - e mesmo com suas tentativas provamos os vinhos. Não foi às cegas nem às mudas, contudo pudemos avaliá-los.
Desculpe a brincadeira, Rafa. É muito bom tê-lo por aqui. Sua missão agora é voltar da Patagônia com alguma garrafa debaixo do braço.
Vamos aos vinhos:

VIÑAS DEL GOLF GRAND BLEND 2003
O Del Golf passou 18 meses em carvalho francês e mostrou a que veio. Escuro, com leve toque mais acastanhado e sem muito alo. Aroma de boa intensidade de couro, charutaria e fruta doce. Concordo com o produtor que acrescenta em seus descritores aniz, especiarias e café. É um daqueles vinhos concentrados, de bom corpo, acidez aparente e boa estrutura. Taninos redondos após cinco anos. 13,2% de álcool. $33,00 (ARS).VV!88.

HACIENDA LOS HAROLDOS RESERVA DE FAMILIA MALBEC 2005
Oito meses de carvalho francês e americano. Cor bordô com toque violeta. Aroma de intensidade e complexidade médias. Frutas maduras, adocicado de geléia e ameixas. Doce à baunilha. Taninos vivos, corpo apenas razoável e macio. Sem tantos atrativos como o primeiro. Um daqueles sucos doces bem feitos. Dependendo por quanto entra no Brasil vale o custo-benefício. No preço pago lá é excelente. 13,5% de álcool. $29 (ARS). VV!85.

NOTA DE HARMONIZAÇÃO
O Del Golf deve ir bem com carnes, mas acompanhou uma lazanha bolonhesa da A Landerna, que é blockbuster lá em casa. O molho mais adocicado da A Landerna combinou com os vinhos.

terça-feira, julho 15, 2008

Decanter Wine Show 2008 em Curitiba!

A importadora Decanter faz pela segunda vez em ano par seu evento "Decanter Wine Show". Desta vez estará no sul do Brasil com mostra em Curitiba!!! Será 07 de Agosto no Buffet do Batel.
Estive em 2006 no Rio de Janeiro e fiquei maravilhado com o evento, como podem ver nos posts: Decanter Wine Show - 23/08/2006 e Direto de Ipanema - Xampanheria.
No release constam confirmados 50 produtores somando 400 rótulos. Vale lembrar que nesses eventos costumam estar nos stands os próprios proprietários e enólogos da vinícola.
A Agenda ainda traz eventos em outras cidades:
Rio de Janeiro - 04/08/2008
São Paulo - 05 e 06/08/2008
Belo Horizonte - 08/08/2008
Imperdível!!!
Assim que sair o procedimento de inscrição, atualizarei.

segunda-feira, julho 14, 2008

Steenberg Shiraz 2005

Dia 07 de Julho provei este belo Shiraz Sul-africano na Expand Curitiba.
O jantar foi maravilhoso. Comi a melhor massa recheada da minha vida: um Anglioni com recheio de vitela e molho feito do próprio caldo da carne. Massa fina e recheio grosso, para comer de joelhos!
O Steenberg pede tempo de respiro ou decantação para abrir os aromas. A temperatura ideal é mais alta, nos 18ºC, para não atrapalhar os taninos.
Clássico Shiraz, não tão brilhante e mais violáceo. Escuro. Aromas fechados o tempo todo, boa complexidade e qualidade. Chocolate bem marcante com frutas e especiarias. Boca macia e correta, de ótima qualidade. Acompanha a noite toda sem perder características. Virou referência em Shiraz para os presentes. 15% de álcool! R$89,00. VV!89.

Quejos e Vinhos 2008 Angeloni

O Angeloni comemora 50 anos com Feira de Queijos e Vinhos. Aqui em Curitiba acontece entre os dias 03 à 20 de Julho de 2008, funcionando de terça a domingo no piso superior do Supercenter Angeloni Água Verde.
O Ingresso custa apenas R$2,00 e vale a pena. Estive no evento três vezes já. Pude provar inúmeros vinhos. Alguns ruins, mas outros já razoáveis e encontrei algumas boas surpresas na gama inferior de preços. Essa realmente é uma boa oportunidade para o consumidor tentar encontrar alguns rótulos para seu dia-a-dia.
Os stands de vinho estão organizados por região ou país e se o visitante for cedo e der várias voltas na feira, ao retornar para o mesmo stand provará um rótulo diferente. O pessoal que serve tem nível razoável de orientação.
O único defeito é que as luzes tornam o ambiente quentíssimo e as apresentadoras (que não são sommeliers) tem sérias dificuldades em achar a temperatura ideal. De vez em quando topei com sopas de vinho e com geladinhos de trava-língua.
Participei do curso "Terroir Brasileiro, a Evolução" da Miolo. Primeiramente, o curso não abordou o tema, apenas descreveu as terras e a gama de produtos Miolo. Esperava uma ligação do título com a excelente produção da empresa que não aconteceu.
Foram servidos sopas de vinho durante a hora e meia massante de curso. O palestrante era um representante que não mostrou a que veio.
Não sei como produtores e importadoras permitem que seus vinhos sejam apresentados dessa maneira. O consumidor esta ali, de braços abertos, louco para provar algo diferente, recebido com sorrisos pelas moças que servem ao invés da fileira inerte de centenas de garrafas da gôndola.
Há um efeito psicológico em eventos. Ficamos sujeitos a achar o "mais ou menos" bom. Estamos de guarda arriada. Certamente muitas prováveis vendas estão sendo fechadas ali. Reforçam-se nomes, constrói-se cultura em torno das marcas... e eles perdem essa oportunidade. Impressionante!
Estou disponível para consultorias em eventos!!! (Risos.)Até eu rio, parece piada, mas falo sério. Deixe-me num desses que não haverá erro. É tão simples e tão difícil. Só falta gente qualificada.
Voltando ao assunto.. sobre a feira em si, saí com boa impressão. Tanto que voltei com amigos e com a família. Uma tacada certeira do Angeloni em Curitiba.
Como já é dia 14/07 e a feira termina dia 20, corra que ainda dá tempo de conferir.
PS: Não sei onde guardei uma das minhas anotações, quando achar publicarei a relação com algumas opiniões dos destaques.

Sabores de Inverno 2008

O Mercadorama oferece o evento "sabores de inverno" entre os dias 10/07 e 09/08 das 16h às 22h de terça a domingo aqui em Curitiba, no estacionamento da loja Seminário. Fica na Nossa Senhora Aparecida, 582. Há cursos e palestras, podendo ser feita a inscrição com 1 Kg de alimento ou um agasalho.
Visitei o evento neste domingo, dia 13/07 e não é nada de especial. Vale pela curiosidade apenas, ou para tomar cervejas. Foi montada pequena e provisória estrutura no estacionamento da loja onde se pode provar alimentos e bebidas e fazer compras. Entre os vinhos, nada de especial ou de destaque. O evento foi feito apenas para não passar em branco.

Vamos aos líquidos provados:
- Aurora Cabernet Sauvignon 2006
- Salton Lunae Frizante Demi-sec R$13,34
- Miolo Seleção 2006
Baixíssima qualidade
- Baccio Cabernet Sauvignon
A moça que serve foi orientada a dizer que ganhou prêmio no Canadá e numa exposição de vinhos que nem lembro mais. Ainda diz que é um excelente nacional. Convenhamos, né?!
- Periquita 2004 R$22,98
Mesmo sendo o mais caro, não empolgou. Temperatura meio alta, mas se a importadora não orienta as contratadas para o stand, que culpa tem quem consome (e avalia!).

Destaques:
- Leffe Blond
Cerveja abadia belga deliciosa. Caramelada, frutada e especiarias. Sou fã há pelo menos 10 anos.
- Franziscaner Weissbier
Ótima alemã de Munique. Aroma de oliva.

quarta-feira, julho 09, 2008

Vinhos Nacionais às Cegas

No dia 16/06/2008 esteve a meu encargo realizar degustação de vinhos nacionais para a confraria Bacco Ubriaco. Optei por fazer às cegas afim de evitar influência dos preconceitos em relação aos vinhos nacionais. Na verdade, o objetivo também era avaliar o preconceito em si e coloquei um vinho surpresa estrangeiro e renomado no evento.
De fato, houve certa confusão entre os confrades. Alguém desconfiou que eu tinha armado alguma cilada, mas diante de minha frieza de jogador de poker deixou por isso mesmo. Outro, não lidou bem com a boa nota que acabou concedendo ao Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2005 e recuou em revelá-la achando que estava alta demais.
Um terceiro, por fim, confessou que não passaria de 85 pontos por princípio para um nacional, após ser revelado que estava tomando um Montes Alpha.
Mesmo às cegas, só de se saber que eram vinhos brasileiros, um Montes Alpha que é 89 na Wine Spectator (e em minha opinião é um vinho incrível) acabou com 84,50 na Bacco Ubriaco. Detalhe: pela nota média da confraria ficou próximo do Salton Talento 2002 que arrancou um 84,42 na média.
Minha opinião é bem diferente. O Montes Alpha revelou-se um vinho fora de série. O Talento 2002 já está envelhecendo. O Villa Francioni 2004 é ótimo em boca e o Lote 43 2004 foi o melhor nacional.
Confesso, inclusive, que mesmo tendo praparado a degustação estive às cegas com os vinhos. Não com o 2002, de fácil identificação pela idade, e com o Montes, tão diferenciado, mas entre os dois 2004 nem eu sabia o que estava provando.
O Montes Alpha vence os demais na relação preço-qualidade, mas concluo que não podemos continuar desprezando a priori a vinicultura brasileira.

SALTON TALENTO 2002
Desde que lançado em 2004 recebeu diversas citações e destaques. Foi medalhista na Vinitaly e foi alvo de especial interesse pelo sommelier italiano Enrico Bernardo em prova de nacionais. Jancis Robinson também destacou seu potencial de guarda. Carvalho francês por 12 meses.
Encontrei alo aquoso e decrescente, ficando mais rosado em direção à borda. Aromas de oliva, couro, herbáceo, claramente barrica francesa. Com o tempo em taça fica mais doce, revela baunilha. A fruta é ácida, morango.
Em boca é gostoso, um tanto tânico ainda. No início pega um pouco, mas evolui e melhora, adocica. Boa persistência e final correto, porém boca com algum desequilíbrio. BU 84,42. VV!85. R$67,00 na Cave del Rey.

VILLA FRANCIONI 2004
Um corte de uvas bordalesas: Cabernet Sauvignon 68%, Cabernet Franc 12%, Merlot 11% e Malbec 9%. Feito em Santa Catarina, de vinhedos em São Joaquim e Bom retiro, numa das regiões mais frias do país. É um dos nacionais preferidos do Saul Galvão, que lhe concedeu 89 pontos.
Para mim, cor ruby brilhante. Couro, tabaco, café e aquele aroma de cantina. Muito intenso, complexo. Perdeu pontos em qualidade aromática pela falta de equilíbrio entre madeira e fruta.
Corpo médio, interessante, muito correto. Excelente em boca, depois de um tempo chega a apresentar frescor. BU 83,12. VV!87. R$90,00 na Cave del Rey.

MIOLO LOTE 43 2004
Oriundo do Vale do Vinhedos, é um corte meio a meio de Cab. Sauv. e Merlot com as melhores uvas da vinícola. O nome é inspirado no primeiro lote de terras recebida pelo patriarca da família no Brasil. A Miolo considera que usa o conceito de "cru" e que este vinho suporta muitos anos de guarda. 70% descansou em carvalho americano e 30% em carvalho francês.
O site da produtora aconselha decantação de 1 a 3 horas antes de consumir. Foram produzidas 80.000 garrafas.Só é lançado em anos considerados excepcionais. Temos até agora 1999, 2002, 2004 e 2005.
Ruby escuro, brilhante, belo. Aroma muito bom, delicado, baunilha, floral, tabaco e geléia de fruta. Adorei o aroma. Elegante, sedutor, convida a beber. Boca delicada, macia, redonda, mas sem grandes qualidades. Com o tempo aparecem mais frutas e especiarias. Acidez um pouco exagerada. BU 82. WS 78. VV!88. R$80,00 na Cave del Rey.

MONTES ALPHA CABERNET SAUVIGNON 2005
Na verdade um corte de 90% Cab. Sauv. e 10% Merlot que pela legislação chilena pode rotular varietal. Este clássico passa por 12 meses de carvalho francês e foram produzidas 95.000 caixas.
Belo, brilhante. Aroma fantástico! Eucalipto, mentol. Evolui para especiarias e fruta mantendo o frescor. Complexo. Corpo ótimo, boca excelente. Frescor, mentol e taninos vivíssimos. Intenso e fresco. Delicioso. (A WS nomeia esse frescor como sendo grafite). BU 84,50. WS 89. VV!90. R$80,00 na Cave del Rey.

Brazil na Wine Spectator

Aproveitando o tema de vinhos nacionais que muito chamou a atenção no Viva o Vinho! com a postagem do Miolo Lote 43, divulgo as notas atribuidas pelo site da revista Wine Spectator aos vinhos locais, quando se pesquisa a palabra "Brazil" no site.
Eles beberam apenas três grupos vinícolas: Miolo (Miolo e RAR), Rio Sol e Pizzato.
Chama a atenção a maioria ter sido provado em 2008. Pode significar que o Brasil agora pelo menos existe no mundo do vinho.
As notas foram ruins, acho que até exageradamente baixas. Minha opinião é outra, como veremos na publicação da degustação de nacionais que fizemos na confraria Bacco Ubriaco.
Destaco ainda que o Quinta do Seival realmente é um bom vinho feito de castas portuguesas e já degustado pela Bacco Ubriaco. A experimentação tem dado resultados interessantes, com várais vinícolas tentado outras uvas além das clássicas francesas. Como todo vinho nacional interessante, tem um preço meio elevado.

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WINERY Wine Vintage Score Release Price

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VINÍCOLA MIOLO Quinta do Seival Brazil 2004 ... 83 $24
VINÍCOLA MIOLO Chardonnay Brazil 2006 ... 83 $12
RIO SOL Parallel 8 Brazil 2004 ... 83 $7
VINÍCOLA MIOLO Pinot Noir Brazil Reserva 2005 ... 81 $12
VINÍCOLA PIZZATO Cabernet Sauvignon Brazil Fausto 2005 ... 81 $15
RIO SOL Reserva Brazil 2004 ... 81 $6
VINÍCOLA MIOLO Merlot Brazil Terroir 2005 ... 79 $26
VINÍCOLA MIOLO Cabernet Sauvignon-Merlot Brazil Lote 43 2004 ... 78 $29
VINÍCOLA PIZZATO Merlot Brazil Fausto 2005 ... 78 $15
VINÍCOLA MIOLO Merlot Brazil 2005 ... 77 $12
VINÍCOLA PIZZATO Merlot Brazil Rosé Fausto 2007 ... 77 $15
VINÍCOLA MIOLO Cabernet Sauvignon Brazil Reserva 2002 ... 76 $12
VINÍCOLA MIOLO Cabernet Sauvignon-Merlot Brazil RAR Family Reserve 2002 ... 74 $29

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quinta-feira, julho 03, 2008

Miolo Lote 43

Neste mês de junho a Confraria Bacco Ubriaco realizou degustação de vinhos nacionais. Fui o responsável pela #122 e a preparei às cegas. Tomamos Salton Talento 2002, Villa Francioni 2004 e Miolo Lote 43 2004.
Ficarei devendo a postagem, mas faço o serviço de utilidade pública (consequentemente propaganda gratuita) de informar em primeira mão que o melhor vinho nacional da noite voltou a ser formalmente comercializado.
A Miolo está vendendo em seu site www.miolo.com.br o Lote 43 2002 e 2004. O último por R$61,00 e o mais velho por R$53,33 a garrafa.
A política de comercialização é por caixa de 6 e apenas uma por CPF. Se não aproveitar o momento, depois só no câmbio negro. Com direito a desconto, na garrafa da degustação paguei R$80,00.
Não provei o 2002, mas o 2004 eu recomendo!!!