sábado, janeiro 10, 2009

Argento Reserva Chardonnay 2007

E não é que a Argento faz um branco razoável também! Na Retrospectiva 2008 meu vinho barato do ano é o Argento Reserva Bonarda. Por acaso, acabei provando neste janeiro mais quentinho em Curitiba o Char.
Cor amarelada com certo aspecto untuoso. Aromas bem frutados e média complexidade, com pamonha (milho), fruta branca e frescor. O paladar confirma a acidez do frescor. Tem um peso indesejado, sempre presente em Chars baratos, e um pequeno defeito no fim de boca. Nada que desmereça o vinho em função do preço.
Excelente pedida de char custo-benefício. Mais uma bola dentro na linha Reserva da Argento. R$19,90. VV!82.
Para uma referência do que espero de Chardonnay ler o post Dois Brancos Franceses

terça-feira, janeiro 06, 2009

Concha y Toro Reservado Carmenere 2005

Se 2009 começou bem com o Amat, já surgiu o primeiro mico do ano:

A megavinícola Concha y Toro é conhecida por fazer produtos confiáveis em várias faixas de preço. Costumo dizer que a carmenere é a uva custo-benefício, mas não foi o caso deste 2005 do Valle Central.
A cor era bordô, bem típica da carmenere. Aromas de frutas vermelhas doces. Cereja fresca bem adocicada. Vinho estranho. É macio, doce, sem grandes ataques disso ou daquilo, contudo sem grandes qualidades. Falta corpo e estrutura.
Tem algo incômodo nele. Tem aquele aroma vegetal que seria muito mais adequado na seção de vegetais da mercearia do que em vinhos. O 2005 definitivamente não volta para minha adega. 13% de álcool. R$19,00. VV!77

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Amat Tannat 2002

O primeiro vinho de 2009 é o tannat uruguayo Amat 2002, feito pelas Bodegas Carrau em Cerro do Chapeu. Para degustá-lo pela segunda vez, precisei encomendá-lo no Angeloni, pois não há muitos mais nos estoques da rede.
Como o nome diz, a tannat é uma variedade bem tânica que assume uma expressão mais forte e concentrada no Uruguay.
Este era escuro e complexo, com aromas de geléia de frutas vermelhas (amora). Abre para chocolate e tem um fundinho de defumado. Intensidade média.
Os taninos foram bem equilibrados por boa estrutura e corpo que, com sua potência, sustentaram o conjunto. Destaque para a ótima persistência.
Acompanhou muito bem grossos mignons mal passados em cama de champignons e legumes salteadas na manteiga com tomilho.
Uma boa estréia para o 2009 enológico. 14% de álcool.
WS87 VV!88

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Retrospectiva de 2008

Foi um ano enológico sensacional. Das centenas de rótulos, selecionei o que foi melhor e mais representativo neste post porque as viradas de ano sempre pedem um balanço do que aconteceu nos últimos 365 dias. Participei de um evento incrível - o Decanter Wine Show - e pude provar vinhos dos sonhos nas confrarias das quais sou membro.
Apresentarei os 3 escolhidos do ano, tintos divididos por faixa de preço, nacionais, alguns brancos e, por fim, o de sobremesa. Esta retrospectiva não significa que os aqui indicados foram os únicos de que gostei, mas pinça alguns dos grandes provados no ano.
Antes de selecionar por faixa, tem três líquidos que descobri em 2008 que desejo que rondem com frequência minha adega.

OS 3 ESCOLHIDOS DE 2008
Meu grande vinho do ano que passou é SCHILD ESTATE SHIRAZ 2005 R$102,00 VV!93 WS93. Australiano de Barossa que empolgou e tornou-se inesquecível.


Não entro na fissura de provar tecnicamente todos os vinhos. A seriedade da degustação e a tentativa de expressar numericamente a qualidade da bebida são um prazer diferente de beber sem estressar muito. É claro que, enquanto curto, estou com a cabeça funcionando, entretanto só o fato de não estar anotando todos os detalhes e só bebericando a taça já fazem a experiência mais tranquila.
Foi numa situação dessas que encontrei com o africano THE WOLFTRAP 2005. O único na faixa dos R$50,00 que mereceu destaque. Assim que senti a acidez, a delicadeza e seus aromas apimentados, trouxe garrafas para minha adega.

ALAIN GEOFFROY 2005 AOC CHABLIS. A experiência de provar um branco de Chablis é interessantíssima. Fino e delicado na faixa dos R$80,00 VV!90.

O NACIONAL DE 2008
Entre os nacionais provados, encontrei equilíbrio e qualidade no Miolo Lote 43 2004. Custou R$80,00 e pontuei VV!88.

ESPUMANTES DE 2008
Nos espumantes, sou fã de carteirinha há anos da Cave Geisse na faixa dos R$50,00 e, para não ser tão repetitivo, degustei em duas ocasiões a Salton Reserva Ouro. A segunda garrafa era completamente diferente da primeira e, aquela sim, o que esperava da Salton. R$23,00.

Por faixa de preço:
- ATÉ R$25,00
Entre os excessos de álcool, desequilíbrios e outros problemas, encontrei um vinho barato que me agradou. ARGENTO RESERVA BONARDA 2007 me pegou de surpresa. Comprei para provar a uva e a acidez da varietal ajudou muito. VV!83 R$19,33.
- DE R$25,01 A R$50,00
A Bonarda argentina aparece de novo no CRIOS SYRAH BONARDA 2005 de Susana Balbo. Como bebi em restaurante paguei um pouco mais caro, mas já comprei outros Crios por R$36,00.
- DE R$50,01 A R$150,00
Infelizmente, a faixa dos R$50,00 a R$80,00 teve apenas o Wolftrap. Fico na dúvida se deveria ter procurado mais nesta faixa ou se não estão muito interessantes mesmo, valendo a pena economizar num mais barato de nível semelhante ou gastar um pouquinho mais em algo bem melhor.
Já nos R$80,00 encontramos dois chilenos muito bons e um português na gama superior de preço:
MONTES ALPHA CABERNET SAUVIGNON 2005 R$80,00 VV!90. Arrebatou com sua menta na primeira cheirada... e dizem que o Shiraz é ainda melhor.
MARQUES DE CASA CONCHA MERLOT 2005 R$78,00 WS90 BU89,42 VV!92. Está pronto.
DORINA LINDEMANN RESERVA 2004 Aragonês e Touriga Nacional bem delicado do Alentejo, que rivalizaria com Schild State o posto de vinho do ano. Pena que o preço pesa um pouco mais.R$150,00 VV!91
- MAIS DE R$150,01
Vinhos estratosféricos foram degustados, contudo selecionei poderosos líquidos que jamais serão esquecidos:
O ano já começou com o TIGNANELLO TOSCANA IGT 2003 R$345,00 VV!92 e terminou no fantástico jantar de encerramento da Confraria Bacco Ubriaco com o MOUTON ROTHSCHILD 1994 AOC PAUILLAC RP91 WS91 VV!94 R$1350,00. Na mesma ocasião, degustei o VEGA SICÍLIA "ÚNICO" 1990, simplesmente a maior nota concedida em vinho que já sorvi até o momento. R$3000,00 garrafa magnum. WS95 RP95 VV!95.

BRANCOS
Foi numa tarde de sol em fevereiro que tomei dois ótimos brancos com preço convidativo:
Finca La Linda Chardonnay 2006. R$29,66 VV!87
Escorihuela Gáscon Viogner 2007. R$30,00 VV!87

SOBREMESA
Tomei alguns vinhos doces em experiências que ainda não vieram para o blog. Delas posso destacar o Château de Malle 2003 Sauternes com seu aroma de chocolate branco e final de boca amendoado. R$150,00 VV!91.

DECANTER WINE SHOW
Não posso deixar de rememorar o evento que marcou o calendário enológico de Curitiba. Dos mais de 300 rótulos disponíveis, consegui degustar 46 e deles escolhi, entre vinhos fantásticos, o toscano Cerviolo IGT 2001 como o destaque.