quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Brancos argentinos

Sou fã da Sauvignon Blanc de clima temperado, pois adoro a acidez, o frescor e as frutas. Parece um vinho perfeito para o verão brasileiro.
Agradou-me a idéia de brancos mais encorpados que procuram preservar aromas frutados e acidez na estrutura. Uma diferença fundamental é que Chadonnays e Viogners costumam passar por fermentação malolática. Trata-se de transformar ácido málico em ácido lácteo, dando o aspecto untuoso e macio.
A prova foi extremamente equilibrada. Os FINCA LA LINDA tentaram vencer com maior intensidade aromática. O ESCORIHUELA GASCON, por sua vez, atacou de maior complexidade, não deixando nada a desejar.
Quem ganha somos nós por termos à disposição excelentes vinhos a preços acessíveis.

FINCA LA LINDA CHARDONNAY 2006
Vinho da Luigi Bosca importado pela Decanter. Aspecto untuoso e cor amarelo-palha brilhante. Aroma doce, herbáceo com frutas em calda, seguidos de flor de maracujá. Evolui em direção a ervas como alecrim e capim-limão.
Boca cheia, bom corpo e acidez excelente. O vinho impressionou muito. Une harmonicamente a untuosidade e o corpo da malolática com o frescor de vinhos frutados e ácidos. Ótima permanência e final corretíssimo. Preferi bebê-lo quando ganhava um pouquinho de temperatura na taça. Excelente compra! 13% de álcool.
VV! 87 Bem Merecidos! R$29,66.

ESCORIHUELA GASCON VIOGNER 2007
Importado pela Wine Company. Belo palha-verdeal translúcido. Aroma fresco e floral com leve toque de pão que vai abrindo, provavelmente oriundo do pequeno percentual fermentado em carvalho.
Apresenta certa untuosidade, mas o corpo é muito delicado. Boa permanência. Fresco, ácido e doce ao mesmo tempo, mas tudo bem amalgamado. Muito equilibrado. 13,3% de álcool. VV! 87.
Nota de harmonização: acompanhou bem frango à parisiense.

FINCA LA LINDA VIOGNER 2006
Cor palha. Aromas a abacaxi e mel. Bem equilibrado apresentando boca adocicada, com agradável frescor. Final bem correto. Merece estar no mesmo nível do Chardonnay. 14,5% de álcool. VV! 87.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Five Heirs Pinotage 2003

Tomei este vinho em duas ocasiões. Vinho difícil, tânico. Começa muito fechado e agrada ao longo do tempo. Melhor se aberto mais de 30 min antes do consumo.
Feito em Stellenbosch na África do Sul, apresentou aromas sangüíneos, carvalho e frutas vermelhas. Boca tânica, excelente corpo revelando pimenta do reino e confirmando o sangue. Muito equilibrado.
Já pode ser bebido, mas estará ideal de 2011 em diante.
Aceito a descrição da vinícula que inclui banana nos aromas, porém são secas para mim.
14% de álcool. VV! 90. R$69,00.

PS: A taça vazia me deixou um gostinho de quero mais!

Sunrise Carménère Revisitado

Recentemente tomei a safra 2003 que já mostrava sinais de desgaste, ainda que o vinho não estivesse de todo mal.
Agora provei um mais jovem, como deve ser feito, para checar a boa e acessível linha da Concha y Toro.
O Sunrise Carménère 2005 apresentou cor bordô escura. Aromas de média intensidade com ênfase na madeira: couro e cereja ao marrasquino. Com o tempo surge café interessante.
Boca tranquila, agradável e fresca, contudo falta corpo. Adequado para o preço. 13% de álcool. Nota VV! 82. R$18,90 no Extra Alto da XV.

Desafio argentino às cegas

A confraria Bacco Ubriaco desafiou seus membros numa degustação de Mendocinos. Fomos convidados a adivinhar safra e varietal de 4 garrafas.
Para confusão geral, deparamo-nos com dois vinhos que realmente estavam enigmáticos e apenas um dos onze degustadores presentes acertou na mosca os 4.
O nível foi alto e chamou a atenção o Zuccardi Q Cabernet Sauvignon 2000 chegando com louvor aos 8 anos de vida.

Zuccardi Q 2000 Cabernet Sauvignon
Opaco, alguma borra, atijolado. Aroma fechado e mineral. Abre lentamente e cresce, mentol. Encorpado, com taninos delicadamente vivos, está inteiro com a idade.
Vinho equilibrado, interessante e elegante. O tempo lhe fez bem. 14,5% de álcool. Nota VV! 90, BU 87,10. R$93,00.


Angelica Zapata 2003 Cabernet Sauvignon
Brilhante, ruby. Belo aroma, madeira agradável, especiarias e couro. Boca mais simples. 14% de álcool. Nota VV! 87, BU 85,50. R$100,00

Zuccardi Q 2000 Malbec
Um pouco opaco, menos alo que o primeiro. Aroma bem químico, evoluído, lembra acetona. Boca ácida, doce, limpa e muito gostosa. Vinho excessivo. 14,5% de álcool. Nota VV! 87, BU 85,00. R$93,00.

Angelica Zapata 2003 Malbec
Um tom a mais de violeta. Aromas animais e minerais. Boca viva, tânicam, de bom corpo. Ataca demais. Nota VV! 87,00, BU 87,20. R$124,00.