terça-feira, dezembro 15, 2009

Degustação de Encerramento 2009

Na sexta reunião de encerramento anual da Confraria Bacco Ubriaco, nosso presidente solene foi mais uma vez homenageado com a prova de líquidos de excelente qualidade.
Fui à Curitiba especialmente para o evento e, quando cheguei ao local, o aroma dos grandes vinhos já abertos tomava conta do ambiente; e que vinhos:



BARCA VELHA 2000
A Casa Ferreirinha foi a primeira no Douro a engarrafar vinho tranqüilo de qualidade superior. O primeiro foi lançado em 1952 e apenas outras quinze safras foram comercializadas com esse nome, criando um mito. Foi vinificado na Quinta da Leda e parcelas suas, dependendo da casta e do lote, ficaram de um ano a um ano e meio estagiando em carvalho francês em Vila Nova de Gaia. As 26.000 garrafas permaneceram em Gaia aproximadamente 7 anos antes do início das vendas. É possível que os anos de 2003 e 2007 sejam também declarados Barca Velha, contudo a Ferreirinha mantém sigilo absoluto do resultado do vinho até o lançamento. Não basta uma grande vindima, é necessário que se atinja o mais alto grau de qualidade, segundo os parâmetros da Casa.
Com origem no Douro Superior, tem Tinta Roriz (Tempranillo), Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca em sua composição. A safra 1999 recebeu WS 93 e RP 94.
Veio compor a constelação maior entre os já provados do blog Viva o Vinho!, ao lado de Haut-Brion 1996, Mouton-Rotschild 1994, Vega-Sicília "Único" 1990 e Chateau d'Yquém 1998.
Vinho para ser aberto duas horas antes da degustação. Na cor, tinha um tom a menos de vermelho, levemente mais para o laranja. O aroma é notável, intenso e pode ser sentido à distância. Lembrou imediatamente Tawny, sem o ataque alcoólico. Mostra a complexidade típica destes, com licor, castanhas, tostado cítrico, talvez casca ou folha de laranja queimada (foi o que remeteu na minha memória olfativa), fruta vermelha e até um floral.
A estrutura era notável, com grande corpo e taninos doces. Vinho harmônico, com final redondíssimo e permanência ao infinito. Mais que suficientes 12,5% de álcool, EUR 198,00 (R$512,00) em Portugal. Optei por não pontuar objetivamente, mas as notas da WS e do RP para o 99 não condizem com este 2000, que é para a casa dos VV! 95-96*, chegando junto com o Vega-Sicília "Único" 1990 tomado ano passado.

GAJA LANGHE SPERSS 2001
O Sperss representou confirmação de uma suspeita que tinha com Barolos, ou Nebbiolo, e optei por fazer uma postagem a parte, trabalhando a experiência com esses vinhos.

CARMÍN DE PEÚMO CARMÉNÈRE 2005
Como é comum (e ruim) no Chile, declara uva no rótulo, mas a quantidade de outras não é desprezível. A composição é de 85% Carménère, 11% Cabernet Sauvignon e 4% Cabernet Franc, o que faz dele um vinho de corte nos fatos.
Marcelo Copello (MC) o considera mais elegante que o Clos Apalta. Para Patrício Tápia (PT), do excelente guia Descorchados, foi o segundo melhor do Chile em 2009, perdendo apenas para o Almaviva 2006. Na Wine Spectator, que considerou o Clos Apalta 2005 o vinho do ano no mundo, o Carmín tem 94 pontos.
Vinho roxo, escuro, absorve toda a luz. Aroma doce, ameixa preta, com referência direta a calda de fruta e doce de fruta, revelando o amadurecimento da Carménère. Pareceu meio preso o tempo todo. Corpo pesado, concentrado, final correto e sem amargor, apesar de toda a doçura. Reconheço os baixos rendimentos e a qualidade da uva, mas não me empolgo tanto como os críticos. R$663,00. MC 95, PT 95, RP 97 e WS 94. Tem a cara dos vinhos ultra-concentrados para notas do Parker. Prefiro os mais elegantes. Não pontuei objetivamente, mas fico com a parte de baixo da crítica (que não é pouco) VV! 93-94*.

ARROBA MALBEC ROBLE 2006
Arroba é um vinho diferente. Carlos Balmaceda produz apenas 5000 garrafas, resultado de vinhedos que seleciona nas altas regiões de La Consulta e de Luján de Cuyo, no distrito de Mendoza. 25% do vinho fica 12 meses em barricas francesas novas e outra parcela permanece em tanques maiores de carvalho.
Na cor é bordô escuro. Tem aroma intenso e elegante, com bela integração da fruta com a madeira. Claro que não tem a mesma permanência, estrutura e profundidade que os demais degustados nessa noite, mas no aroma não ficava tão longe assim o colocando como excelente custo-benefício. 14,1% de álcool. R$160,00 a garrafa Magnum na Berenguer Imports. Minha pontuação ficaria na casa dos VV! 88-90*.

NIEPOORT 10 YEARS TAWNY
Alguns Tawnys trazem, junto da complexidade do envelhecimento e da madeira, um ataque maior em boca. Este mantém as características de tawny, mas traz a elegância e a facilidade de beber de um Vintage. Apresenta as conhecidas castanhas e casca de laranja somadas ao doce. A experiência gustativa é surpreendente, sem nenhum ataque, com destaque para o final permanente, doce e macio. 17,5% de álcool. R$ 160,00 na In Vino Veritas. WS 95, para mim nessa faixa também VV!94-95*.



*Não avaliei objetivamente, todavia coloquei minha impressão subjetiva expressa em pontos junto ao relato, ao lado da pontuação objetiva da crítica especializada.

Nota sobre a foto: Magnum Les Terrasses 2004 Priorat é a primeira garrafa da direita, mas optamos por não abri-la em nome da sanidade.

Voltando ao blog

O pessoal chegou a ficar peocupado. Fiquem tranquilos enoamigos do blog Viva o Vinho! Continuo provando nossa bebida, só não estava mais postando aqui. Simplesmente não deu mais para publicar, porém vou colocar a culpa no ano de 2009 (risos), que reservou surpresas e lançou desafios para 2010.
Isso incluiu uma mudança profissional repentina de Curitiba para o Rio de Janeiro. Ainda não estou completamente adaptado à nova cidade, todavia já estou preparando materiais para retomar essa gostosa atividade na rede que é blogar.
Sem mais delongas, a postagem seguinte será sobre mais uma comemoração de encerramento de atividades da Bacco Ubriaco.

sexta-feira, março 27, 2009

Viagem ao Vale do São Francisco

Neste sábado 28/03 embarco para o Nordeste, afim de visitar vinícolas no Vale do São Francisco e curtir uns dias de viagem.
A agenda enológica ficou para a semana que vem, entre os dias 03 e 04 de abril, quando agendamos visitas à Vinhos Bianchetti e à Vinibrasil (Adega do Vale e Rio Sol). Com a Miolo, ainda falta confirmação da parte deles, mas tudo indica que fecharão a agenda.
Mandei e-mail às quatro empresas cadastradas pelo site da VinhoVasf, todavia os contatos virtuais não devem estar atualizados porque só duas responderam minha solicitação.
Meu plano era visitar quatro estabelecimentos, porém o preparo para o enoturismo e a abertura para receber visitantes pelo visto não está no nível propagado pelas notícias que encontrei em jornais e revistas.
Farei entrevistas e "clips" para divulgar no blog, que funcionará também como diário de viagem nos dias de Petrolina e arredores.
Acompanhem o andamento da aventura enológica aqui no Viva o Vinho!
Brindes!

quarta-feira, março 25, 2009

Encontro de Enoblogs

Tive o prazer de degustar vinhos com Cristiano Orlandi do Enoblog Vivendo Vinhos e nossas respectivas esposas no Edvino, em fevereiro, na sexta de Carnaval.
O Cristiano veio a Curitiba no feriado e aproveitamos para conhecermo-nos pessoalmente e ampliarmos o intercâmbio que já acontecia pela internet.
O clima foi casual. Não avaliamos formalmente nenhum líquido, apenas conversamos sobre nossas preferências, trocamos impressões e conhecemos mais sobre a história de vida de cada um e de como nos apaixonamos (por nossas mulheres e pelo vinho, risos).
O Cristiano é esse mesmo cara do blog: animado, divertido e relax. Excelente companhia para uma noite descontraída. Desde que postei sobre o Edvino ele havia demonstrado interesse em conhecer o "Bar de Vinhos, Restaurante e Etc..."
Aproveitamos que o Cris não é de frescurar (até pela família gaúcha, risos) e propusemos que pedíssemos taças e trocássemos, assim a cada rodada provaríamos muitos vinhos. O sempre solicito sommelier Ewerton estava presente e já começou nossa noite ofercendo o espumante Alto Vale, novo efervescente da Casa Valduga.
Em nossa primeira rodada, pedimos três vinhos completamente diferentes. O clima era razoavelmente quente e queria algo refrescante, mas o Sauvignon Blanc neozelandês Matariki estava em falta, portanto acabei indo para o Chardonnay californiano mais leve da Painter Bridge. Pedimos também o Santa Digna Gewurztraminer e o rosado La Fleur de Pulenta. Para mim, destaque para o rosé que estava com taninos bem redondos e aroma adocicado, muito fácil de beber.
Na rodada de tintos, vieram o elegante Chatêau Cantegril (disparado o melhor dos três, se é que dá para comparar), o diferente Chatêau Kefraya e o barbaresco Dezzani, com a acidez agradável que os italianos possuem.
Destaco o Chatêau Kefraya pela exclusividade. É um vinho libanês do Vale do Bekaa, feito com Mouvédre e Syrah, cepas típicas do Rhône. Para comparar, tomemos como exemplo um corte semelhante de que gosto muito, o sulafricano Wolftrap. O Kefraya é mais doce e menos ácido. Diferente e interessante.
Por fim, terminamos a noite com tábua de queijos e Madeira Justino´s 10 anos. Já havia provado com queijo de cabra e funcionou, mas a tábua acabou provando que nem todo vinho combina com qualquer queijo. O Reblochon e o Grana estavam ótimos, ainda mais com o mel trufado, contudo com o vinho não funcionou. A harmonização era Madeira com o queijo de cabra mesmo.
Claro, depois vieram sobremesas de ajoelhar a cada colherada. A noite voou e, quando vimos, eramos os últimos do restaurante, após mais de três horas de brincadeiras enológicas. Nem um incidente no restaurante que nos obrigou a mudar de mesa ofuscou a alegria de ter conhecido pessoalmente o enoamigo de Campinas (mais precisamente Valinhos, como descobrimos). Será um prazer marcar novas degustações com o blog Vivendo Vinhos.

segunda-feira, março 09, 2009

Sémillon

Em sua Degustação #136, a longeva Confraria Bacco Ubriaco provou australianos de Sémillon.
O Confrade responsável ainda nos agraciou com instrutiva e divertida brincadeira: ao final da degustação dos australianos, fizemos nosso próprio corte de vinho misturando um Sauvignon Blanc com um Sémillon em diferentes proporções: 80/20, 70/30 e 40/60. O objetivo era reproduzir o corte mais comum em Bourdeux e também brincar com outras possibilidades.
O evento foi realizado na Adega Don Maximiliano, nova loja de vinhos de Curitiba, nas proximidades da Praça Espanha.

COLONIAL ESTATE EXPATRIÉ RESERVE 2006
Excelente vinho do quente Barossa Valley. De aparência palha, tem belo aroma com excelente intensidade. Remete a própolis, fruta bem fresca, boa acidez e um confeitinho. Boca ácida e doce ao mesmo tempo, com corpo bom e leve excitação da língua. 13,5% de álcool. RP 90. BU 87,33. VV! 89. R$109,00 na Vino!Champagnat.

STEVENS SINGLE VINEYARD 2002
Este vinho da Tyrrel´s, feito no Hunters Valley, era palha bem clarinho. Intensidade média num aroma difícil de definir. Unindo fruta e tostado, compôs um conjunto mais profundo, talvez com avelãs e flores. Pensando bem, lembrava queijo roquefort. Muito mineral e seco no palato, bem leve, faltou um pouco de complexidade no retrogosto. 10% de álcool. BU 86,85. VV !86. R$94,00.

LENSWOOD 2000
50% descansou em carvalho por 8 meses. Aparência já dourada do envelhecimento. Muito própolis, algum químico incômodo e fruta branca rumando para pêssego em calda. Certa potência em boca com desequilíbrio alcoólico. Infelizmente, o tempo desse vinho já passou. BU 87,14. VV!85. R$100,00.

A impressão final é de que os australianos de sémillon provados funcionam melhor mais jovens, preferencialmente até 5 anos de idade.

domingo, março 08, 2009

Mapa da Argentina

Citamos na VÍDEO DEGUSTAÇÃO #2 as diferentes regiões vinícolas na Argentina. Este mapa ilustra com clareza as principais áreas de produção de vinhos finos.


Fonte:www.academiadovinho.com.br

sábado, março 07, 2009

Vídeo Degustação #2 - Alta Vista Premium Torrontés 2006

Assista à segunda Vídeo Degustação do blog Viva o Vinho! Provei o 27º vinho da Confraria Brasileira de Enoblogs, indicação do vivendovinhos.blogspot.com.


quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Marques del Turia Bobal-Syrah 2006

O blog Viva o Vinho! publica o que não beber também. Com muita coragem vamos encarar a descrição deste vinho!
Comprei o Marques del Turia no evento de vinhos do Angeloni, na temporada de inverno de 2008, quando os mercados fazem eventos para chamar atenção do consumidor.
Na hora considerei o vinho mais barato da vinícola razoável (que estava sendo servido) e resolvi trazer o intermediário para provar em casa, mas com uma pulga atrás da orelha porque, dependendo da ocasião, certos vinhos passam por melhores do que realmente são. Você está ali no evento, curtindo uma noite de vinhos. Tudo acaba parecendo um pouco melhor do que uma análise mais atenta revelaria.
E foi o caso do Marques. É um tinto meio Syrah, meio Bobal, da Denominação de Origem Valencia, na Espanha. Aparetemente, Bobal é uma cepa comum na região. Vinho com aroma químico e incômodo. Desequilíbrio alcoólico evidente já no olfato. Aquece as narinas e dá sensação ruim. Lembra vinhos de Izabel, Bordô e cia. Confirma a péssima sensação olfativa no palato. Fiquei surpreso com o resultado da pontuação objetiva. Parece ter pouca relação com vitis vinifera. 12,5% de álcool. VV!70.

Não quero, contudo, desestimular as aventuras. Quanto mais provarmos e ampliarmos nosso leque de experiências, mais seremos capazes de entender dos mistérios dessa bebida tão deliciosa e tão complexa.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Doña Dominga Viogner Reserva 2006

Tenho feito umas experiências, tentado provar coisas diferentes. Tem um prazer a parte encontrar com micos. É claro que prefiro vinhos gostosos, equilibrados, elegantes, ..., mas quando encontramos um tenebroso pela frente relembra o que é um vinho ruim e ajuda a manter o censo crítico.
Doña Dominga Viogner é um daqueles "não bebo mais". Chileno de Colchagua, apresentou aroma frutado e fresco. Sem grandes defeitos, mas sem a complexidade esperada na Viogner.
Decepção total e imediata no gustativo. Vinho com adstringência e ataques inadequados. Desequilibrado. Um roubo!!! R$28,00 no Condor Boa Vista!!! VV!74. "Bacco tenha piedade".

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Rosé de Fevereiro

Ótima idéia da Confraria Brasileira de Enoblogs de provar rosé. Sou dos que não aderiu ainda aos rosados, pois não encontro sempre algo que me chame a atenção e se quero algo mais leve que o tinto, acabo rumando para o branco e o espumante.
Como recebi amigos em casa, necessitava de mais vinho e acabei comprando dois: um mais dentro da proposta de rosé até R$25,00 e outro pouco mais caro. Procuro sempre tomar mais de um rosé para poder comparar.

RIO SOL ROSE 2006

Este vinho do Vale do São Francisco tinha cor rosada, com ares de casca de cebola, belo aspecto. Aroma delicado, simples e doce. Boa acidez e boa fruta no palato, também muito simples. Não tem amargor ou defeito, nem mesmo um ataquezinho tânico que aparece em alguns rosés, mas lhe faltam qualidades. Correto e sem compromisso. R$28,00 no Wall-Mart Juvevê. VV!80. (Como o Wall-Mart é o hipermercado mais caro que conheço, deve ser encontrado com facilidade por R$25,00.)

SANTA RITA 120 ROSE 2006
Considero a linha 120 da Santa Rita uma ótima opção para quem quer provar vinhos levemente mais caros, mas que demonstram boa qualidade e não costumam dar a sensação de que foi dinheiro jogado fora. São ótimos na sua faixa de preço.
O rosé de Cabernet Sauvignon manteve a boa imagem dos outros vinhos já degustados da vinícola. Cor mais rosada que o Rio Sol. Aroma mais a groselha, frutado e revelando acidez. Intensidade média.
Boca ácida, com leve tanino que não incomoda. Gostei do vinho e posso vir a tomá-lo mais vezes. Simples e agradável. R$34,00 no Wall-Mart Juvevê. VV!83.

sábado, janeiro 10, 2009

Argento Reserva Chardonnay 2007

E não é que a Argento faz um branco razoável também! Na Retrospectiva 2008 meu vinho barato do ano é o Argento Reserva Bonarda. Por acaso, acabei provando neste janeiro mais quentinho em Curitiba o Char.
Cor amarelada com certo aspecto untuoso. Aromas bem frutados e média complexidade, com pamonha (milho), fruta branca e frescor. O paladar confirma a acidez do frescor. Tem um peso indesejado, sempre presente em Chars baratos, e um pequeno defeito no fim de boca. Nada que desmereça o vinho em função do preço.
Excelente pedida de char custo-benefício. Mais uma bola dentro na linha Reserva da Argento. R$19,90. VV!82.
Para uma referência do que espero de Chardonnay ler o post Dois Brancos Franceses

terça-feira, janeiro 06, 2009

Concha y Toro Reservado Carmenere 2005

Se 2009 começou bem com o Amat, já surgiu o primeiro mico do ano:

A megavinícola Concha y Toro é conhecida por fazer produtos confiáveis em várias faixas de preço. Costumo dizer que a carmenere é a uva custo-benefício, mas não foi o caso deste 2005 do Valle Central.
A cor era bordô, bem típica da carmenere. Aromas de frutas vermelhas doces. Cereja fresca bem adocicada. Vinho estranho. É macio, doce, sem grandes ataques disso ou daquilo, contudo sem grandes qualidades. Falta corpo e estrutura.
Tem algo incômodo nele. Tem aquele aroma vegetal que seria muito mais adequado na seção de vegetais da mercearia do que em vinhos. O 2005 definitivamente não volta para minha adega. 13% de álcool. R$19,00. VV!77

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Amat Tannat 2002

O primeiro vinho de 2009 é o tannat uruguayo Amat 2002, feito pelas Bodegas Carrau em Cerro do Chapeu. Para degustá-lo pela segunda vez, precisei encomendá-lo no Angeloni, pois não há muitos mais nos estoques da rede.
Como o nome diz, a tannat é uma variedade bem tânica que assume uma expressão mais forte e concentrada no Uruguay.
Este era escuro e complexo, com aromas de geléia de frutas vermelhas (amora). Abre para chocolate e tem um fundinho de defumado. Intensidade média.
Os taninos foram bem equilibrados por boa estrutura e corpo que, com sua potência, sustentaram o conjunto. Destaque para a ótima persistência.
Acompanhou muito bem grossos mignons mal passados em cama de champignons e legumes salteadas na manteiga com tomilho.
Uma boa estréia para o 2009 enológico. 14% de álcool.
WS87 VV!88

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Retrospectiva de 2008

Foi um ano enológico sensacional. Das centenas de rótulos, selecionei o que foi melhor e mais representativo neste post porque as viradas de ano sempre pedem um balanço do que aconteceu nos últimos 365 dias. Participei de um evento incrível - o Decanter Wine Show - e pude provar vinhos dos sonhos nas confrarias das quais sou membro.
Apresentarei os 3 escolhidos do ano, tintos divididos por faixa de preço, nacionais, alguns brancos e, por fim, o de sobremesa. Esta retrospectiva não significa que os aqui indicados foram os únicos de que gostei, mas pinça alguns dos grandes provados no ano.
Antes de selecionar por faixa, tem três líquidos que descobri em 2008 que desejo que rondem com frequência minha adega.

OS 3 ESCOLHIDOS DE 2008
Meu grande vinho do ano que passou é SCHILD ESTATE SHIRAZ 2005 R$102,00 VV!93 WS93. Australiano de Barossa que empolgou e tornou-se inesquecível.


Não entro na fissura de provar tecnicamente todos os vinhos. A seriedade da degustação e a tentativa de expressar numericamente a qualidade da bebida são um prazer diferente de beber sem estressar muito. É claro que, enquanto curto, estou com a cabeça funcionando, entretanto só o fato de não estar anotando todos os detalhes e só bebericando a taça já fazem a experiência mais tranquila.
Foi numa situação dessas que encontrei com o africano THE WOLFTRAP 2005. O único na faixa dos R$50,00 que mereceu destaque. Assim que senti a acidez, a delicadeza e seus aromas apimentados, trouxe garrafas para minha adega.

ALAIN GEOFFROY 2005 AOC CHABLIS. A experiência de provar um branco de Chablis é interessantíssima. Fino e delicado na faixa dos R$80,00 VV!90.

O NACIONAL DE 2008
Entre os nacionais provados, encontrei equilíbrio e qualidade no Miolo Lote 43 2004. Custou R$80,00 e pontuei VV!88.

ESPUMANTES DE 2008
Nos espumantes, sou fã de carteirinha há anos da Cave Geisse na faixa dos R$50,00 e, para não ser tão repetitivo, degustei em duas ocasiões a Salton Reserva Ouro. A segunda garrafa era completamente diferente da primeira e, aquela sim, o que esperava da Salton. R$23,00.

Por faixa de preço:
- ATÉ R$25,00
Entre os excessos de álcool, desequilíbrios e outros problemas, encontrei um vinho barato que me agradou. ARGENTO RESERVA BONARDA 2007 me pegou de surpresa. Comprei para provar a uva e a acidez da varietal ajudou muito. VV!83 R$19,33.
- DE R$25,01 A R$50,00
A Bonarda argentina aparece de novo no CRIOS SYRAH BONARDA 2005 de Susana Balbo. Como bebi em restaurante paguei um pouco mais caro, mas já comprei outros Crios por R$36,00.
- DE R$50,01 A R$150,00
Infelizmente, a faixa dos R$50,00 a R$80,00 teve apenas o Wolftrap. Fico na dúvida se deveria ter procurado mais nesta faixa ou se não estão muito interessantes mesmo, valendo a pena economizar num mais barato de nível semelhante ou gastar um pouquinho mais em algo bem melhor.
Já nos R$80,00 encontramos dois chilenos muito bons e um português na gama superior de preço:
MONTES ALPHA CABERNET SAUVIGNON 2005 R$80,00 VV!90. Arrebatou com sua menta na primeira cheirada... e dizem que o Shiraz é ainda melhor.
MARQUES DE CASA CONCHA MERLOT 2005 R$78,00 WS90 BU89,42 VV!92. Está pronto.
DORINA LINDEMANN RESERVA 2004 Aragonês e Touriga Nacional bem delicado do Alentejo, que rivalizaria com Schild State o posto de vinho do ano. Pena que o preço pesa um pouco mais.R$150,00 VV!91
- MAIS DE R$150,01
Vinhos estratosféricos foram degustados, contudo selecionei poderosos líquidos que jamais serão esquecidos:
O ano já começou com o TIGNANELLO TOSCANA IGT 2003 R$345,00 VV!92 e terminou no fantástico jantar de encerramento da Confraria Bacco Ubriaco com o MOUTON ROTHSCHILD 1994 AOC PAUILLAC RP91 WS91 VV!94 R$1350,00. Na mesma ocasião, degustei o VEGA SICÍLIA "ÚNICO" 1990, simplesmente a maior nota concedida em vinho que já sorvi até o momento. R$3000,00 garrafa magnum. WS95 RP95 VV!95.

BRANCOS
Foi numa tarde de sol em fevereiro que tomei dois ótimos brancos com preço convidativo:
Finca La Linda Chardonnay 2006. R$29,66 VV!87
Escorihuela Gáscon Viogner 2007. R$30,00 VV!87

SOBREMESA
Tomei alguns vinhos doces em experiências que ainda não vieram para o blog. Delas posso destacar o Château de Malle 2003 Sauternes com seu aroma de chocolate branco e final de boca amendoado. R$150,00 VV!91.

DECANTER WINE SHOW
Não posso deixar de rememorar o evento que marcou o calendário enológico de Curitiba. Dos mais de 300 rótulos disponíveis, consegui degustar 46 e deles escolhi, entre vinhos fantásticos, o toscano Cerviolo IGT 2001 como o destaque.