quarta-feira, junho 01, 2011

Santa Julia Tardío 2008 - CBE

Os amigos da Confraria Brasileira de Enoblogs pediram-me gentilmente para sugerir um tema. Eles são de um cavalheirismo sem igual.
Antes que chegue o inverno, rapidamente optei por vinho branco de sobremesa, pois deve ser bebido gelado na maioria dos casos.
O Santa Julia tem cor amarela fosca, levemente dourada. Aromas florais, frutados e abaunilhados de qualidade e intensidade médias. A boca não apresenta amargores, comuns em vinhos de sobremesa ruins, porém é extremamente doce e untuosa, ficando devendo acidez para equilibrar o conjunto. A cada gole, a sensação de que o vinho é doce demais e será impossível tomar mais uma taça. Enjoativo.
Méritos para a ausência de amargor, mas a acidez é fator fundamental para que o vinho de sobremesa possa estar um passo acima em termos de qualidade. 9,5% de álcool. R$50,00 em garrafa de 500ml na Bergut Niterói. VV! apenas 82.

A vinícola argentina Zuccardi faz outros vinhos maravilhosos. Os tempranillos em qualquer faixa de preço são excepcionais. Clicando no texto, poderá ver o motivo no site da vinícola: inovação. Recentemente, provei o Reserva Tempranillo e estava fantástico para os R$40,00 pagos na Bergut. Desde o Tempranillo/Malbec da linha Fuzion, passando pelo Reserva e indo ao Zuccardi Q. Infelizmente, o Tardío deles não está à altura.

quinta-feira, maio 19, 2011

Degustação Niterói - África do Sul - 26/04/2011

Com Cristo Redentor e Pão de Açúcar como cenário, realizamos a segunda reunião de nossa nova confraria às margens da Baía de Guanabara, no agradabilíssimo espaço "palavrinha" no Iate Clube Brasileiro. O clima chuvoso pregou-nos uma pequena peça, mas não conseguiu atrapalhar a degustação.
Aprendi que no Rio de Janeiro, mesmo em raros dias chuvosos, é necessário dar uma resfriada no vinho. Tínhamos termómetro imersível à disposição e constatamos temperatura da bebida na casa dos 24ºC, o que o deixava quase uma sopa.
Testamos a ficha de degustação da ABS-Rio, mas vivenciei a mesma situação da ficha "italiana" do Sousa Neto. Os descontos de pontos sugeridos na ficha são elevados e distorcem a nota final. Minha adaptação para ambas fichas é criar faixas de pontos menores. (Para mais detalhes sobre fichas e métodos ver Classificação de 100 pontos.)

VINHOS
La Capra Pinotage 2008
Ruby com toque violáceo. Agradável com muita fruta e bem adocicado, com um toque de violeta e boa persistência aromática. Boca com permanência média, levemente mineral. Apresenta taninos secos, mas sem incomodo. Pinotage é a uva criada na África do Sul pelo cruzamento da Pinot Noir com a Cinsault (Hermitage). Ainda que emblemática pela exclusividade, não chega a ter vasta área plantada, apenas 5 a 6%. O La Capra, todavia, foi uma surpresa positiva. R$49,00 na Bergut Niteroi. VV! 86.

Music Blend by D´Ária 2008
Cor Ruby com tom um pouco mais escuro. Aromas intensos da gama animal, incluindo toques de pimenta branca e figo seco. Já no olfato mostra-se vinho peculiar. No paladar é equilibrado e tem boa acidez. Todas as vezes em que provei este vinho foi acompanhado de confrades e ele, sem excessão, tem causado furor. A intensidade dos aromas animais causa impacto imediato e a facilidade em beber facilitam a vida do consumidor. R$46,00 VV!87. Berenguer Imports.

Blue Grove Hill Merlot/Cabernet 2009
57% Melot, 39% Cab Sauvignon, 4% Cab Franc.
Ruby clássico. Aramo muito fino, intenso e permanente. Explosão de especiárias, lembrando tomilho. Há uma sensação de frescor agradável. A vinificação em tóneis de carvalho Taransaud e o armazenamento em barricas desta tanoaria fizeram toda diferença.
Boca macia, elegante, permanente. Vinho para passar horas curtindo o aroma e apreciando o delicado palato. Harmônico, final longo. Tudo que eu espero de um vinho na faixa de preço. R$96,00. RP 89. VV!91.
Berenguer Imports.

Toneis Taransaud na Capaia Wines

domingo, abril 24, 2011

BOUCHARD AÎNÉ & FILS 2008 - Bourgogne Passe-Tout-Grains AOC

Até que enfim posto um vinho para a Confraria Brasileira de Enoblogs. Sem a disciplina da data, porém com o mesmo espírito de compartilhar com os enoamigos um experiência do vinho. ESTOU DE VOLTA!
O tema do mês de ABRIL da CBE é Borgonha Custo-Benefício.
Comprei este na gôndola de promoções da loja Lidador Centro, no Rio de Janeiro. Comentei com o vendedor das minhas preocupações com borgonhas baratos, pois é fato que para tomar um decente deve-se gastar alguns trocados. O vendedor me garantiu que este vende bem. Também, pudera, fica um francês a R$48,00 na área de promoções da loja. O pessoal acaba levando. Topei a aventura:

Cor mais clara, esperada para a região. Detalhe que a uva não era Pinot; mas, sim, Gamay. Esta faz vinhos mais ligeiros e tem uma ou outra excessão de qualidade pelo mundo.
Aromas de intensidade média simples, já denotando desequilíbrio. Boca rápida, sem muitas qualidades, com amargor e confirmando o desequilíbrio ácido.

Vinho ligeiro, sem qualquer chamariz. Reforça a tese de que borgonha bom é borgonha caro. A região é responsável por constelação com alguns dos melhores vinhos do mundo, entretanto os vinhos ruins são vendidos fora de preço. Para estabelecermos um paralelo, o Bouchard devia ser vendido ao lado dos nacionais de gama média, na casa dos R$20,00 a R$25,00. VV! 79.

quarta-feira, março 23, 2011

Confraria em Niterói e Dois Espanhóis

Realizou-se no dia 22/03/2011 a inauguração de mais uma Confraria de Vinhos em Niterói. O nome será eleito em breve.
Damas e Cavalheiros degustaram dois vinhos tintos muito agradáveis trazidos na bagagem diretamente da Espanha, além de ótimas cavas para brindar os novos estudos enológicos que se iniciam.
Testamos pela primeira vez a Ficha de Degustação de Júlio Anselmo de Sousa Neto (disponível aqui) que parece ter agradado à maioria dos novos confrades.

PROTOS RESERVA 2005 - Ribeira del Duero
Uva Tinta del País, também conhecida como Tempranillo.
Este Reserva da Ribeira del Duero permaneceu 18 meses em barricas e, pelo menos, 24 meses descansando na garrafa antes de ser oferecido ao mercado.
Tinha aspecto correto e brilhante de vinho novo, talvez leve demais em taça. Aromas muito intensos e frutados à ameixa que atacam o nariz compõem com muita madeira. Descritores como alcaçuz, canela, noz moscada foram encontrados e ainda havia um leve toque mentolado agradável no final.
No gustativo, ficou devendo um pouco. Os taninos eram sutis, porém vivos. Havia doçura, excesso de madeira, álcool perceptível e um desequilíbrio geral. Não chegou a ser grande defeito, todavia faltou corpo ao Protos.
É vinho que necessita de mais tempo aberto para respirar e, para
meu gosto, tem madeira demais em relação ao corpo. Para enfrentar os espanhóis espera-se mais madeira mesmo, mas ainda assim não fechou 100% comigo. Melhorará com o tempo. 14% de álcool.
EUR 21,90. PE 92. VV! 89.

VINA ARDANZA RESERVA ESPECIAL 2001 - Rioja
80% Tempranillo e 20% Garnacha (Grenache).
Foi envelhecido em barris de carvalho americano de quatro anos de idade por 36 meses, sendo engarrafado em marco de 2004.
Já apresentou cor atijolada e aparência clara, com transparência e alo considerável, denotando o envelhecimento.
Aromas com fundo em agradável madeira delicada e bem integrada; rumou para figo, ameixas secas e doçura abaunilhada. Destacaram-se também couro, defumado e vegetais molhados.
Boca leve, seca, tanino suave e redondo. Final longo, macio, elegante e equilibradíssimo.
No Viña Ardanza a leveza é um mérito por harmonizar-se com o conjunto do vinho. Aceita mais evolução e com mais alguns anos oferecerá ainda mais prazer. 13,2% de álcool. EUR 21,25. PE 93. RP 91. VV! 91.


Um Brinde à Nova Confraria