Talvez seja maldição da Sidra!!! O Rafael já pediu a postagem das duas que estouramos no ano-novo.
No Rio nem me preocupei com vinho. Passeamos muito, revi grandes amigos cariocas e de toda parte do Brasil e fomos muito bem recebidos por nossos anfitriões do paraná em terras fluminenses.
Quando cheguei em Copacabana para a virada de ano já eram 23:15 e nem pensei em bebida. Estava achando muito tomar no bico ou em copinho de plástico qualquer espumante decente.
Foi quando deu uma louca em mim e no Rafa e compramos por cincão num camelô duas cidras geladas que vieram somar-se com mais uma que já estava na área. Quando do ano-novo, até estouramos com direito a espuma jorrando e tudo. Que beleza!
Os VIPs de Copa e de Ipanema até que detonam bons líquidos em plena rua. Testemunhei garrafas de Veuve Cliquot, Taittinger, Moet & Chandon e Paul Roger.
Quanto aos aromas e sabores dos líquidos, não publicarei porque as garrafas já se encontravam sem rótulo quando às compramos, risos!
Sem contar as ditas, o ano começou muito intenso. No quinto dia de 2007 já tomei seis rótulos. Infelizmente muitos não passaram de razoáveis, algum até bom, porém não há destaques. Nenhuma garrafa de ajoelhar e rezar.
Deve ser a maldição daquelas sidras. Tristemente, terei de abrir um bom vinho conhecido e seguro para dar início às provas de vinho que marcarão 2007.
Aproveito para postar rapidamente os seis já provados para não deixar que passem em branco.
Chateau Luxeuil 2003
Tomei este francês que havia ganho de presente dia 02/01 em casa. Ficara tempo demais na geladeira e pela primeira vez usei o termômetro para aguardar que chegasse a temperaturas melhores.
Ele é um Bordeaux Côtes de Francs. A região fica ao norte do rio Dordogne, afastada de sua margem direira pela região de Côtes de Castillon. Estando 10 km a leste de Saint-Emilion, nem se compara ao Cap de Mourlin já provado por este enobloguista. (mapa)
A cor não me impressionou. Não tinha brilho, era apenas ruby básico. O aroma não era intenso nem tinha grande destaque. Baunilha básica, frutas vermelhas e algum herbáceo. A boca também deixou a desejar, com amargor. 13% de álcool.
O vinho não é tão terrível quanto parece a descrição. O problema é o preço: vinhos na faixa de R$40,00 devem ser de regiões com melhor custo-benefício. Em rápida pesquisa descobri que na Europa sai por três euros. Lá, preço justo.
José de Sousa Mayor 1999
Bem recebidos em casa de amigos tomamos 4 garrafas ontem. Abrimos a noite com Chandon Brut, que manteve sua consistência de alguns anos e estava agradável. Depois tomamos o Quara, um cabernet sauvignon argentino bem desequilibrado que não faria 80 pontos. Teve quem gostou.
Em seguida um Duetto Cabernet Sauvignon - Merlot 2003 da Casa Valduga que levei e não me agradou também. Madeira exagerada e de pouca qualidade a dominar e estragar tudo. Na boca a madeira continua incomodando, acidez e taninos pra lá de estranhos. Menos de 80 pontos. Por R$23,50 é um absurdo! Decepção com a Valduga que faz vinhos bem mais corretos na linha varietal.
Enfim chegou o José de Sousa Mayor, um alentejano feito de maneira diferenciada: pisado em lagares de granito e descansado em ânforas de barro.
O vinho tem boa cor. O aroma é bem equilibrado entre a baunilha e as frutas. A boca é agradável e tem tâninos que ainda podem evoluir, mesmo tendo oito anos. Bem limpa, com menos intensidade aromática no palato, puxando ao mineral. Final tranquilo e de persistência boa, sem amargor. Não chega a elevar às alturas, mas ficaria com uns 85.
Pulenta Estate 2002 Merlot II
Este Merlot de Mendoza decepcionou desde a abertura até este final que estou degustando agora. Sacada a rolha e constatado que o vinho não abria foi para o decanter. Começamos a tomá-lo mesmo com 20 minutos de decanter e nada de abrir. Cor bem escura, prometendo um vinho mais concentrado e elegante. Aromas fechados (que não abriram nunca) de ameixa e chocolate. Na boca tâninos rascantes e excesso de álcool que o aroma já prenunciava. Desequilibrado. Realmente não dava para esperar demais de um merlot argentino. Talvez agrade algum parkeriano; para mim não serve.
14,9% de álcool! Preço desconhecido. Quem sabe 82 pontos.
Neste início de 2007, boa é a leitura do livro "O Julgamento de Paris" sobre a degustação de 1976, que marcou o reconhecimento de novas tecnologias na vinicultura e deu impulso à produção de vinhos melhores no novo mundo.
É interessante ler sobre a paixão dos produtores e as histórias que marcaram a busca pela qualidade nos vinhos na califórnia. Agradeço ao Laércio pelos sempre certeiros presentes literários de natal.
sexta-feira, janeiro 05, 2007
2007 de Muitos Vinhos
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6 comentários:
Talvez seja maldição da Sidra!!! O Rafael já pediu a postagem das duas que estouramos no ano-novo.
No Rio nem me preocupei com vinho. Passeamos muito, revi grandes amigos cariocas e de toda parte do Brasil e fomos muito bem recebidos por nossos anfitriões do paraná em terras fluminenses.
Quando cheguei em Copacabana para a virada de ano já eram 23:15 e nem pensei em bebida. Estava achando muito tomar no bico ou em copinho de plástico qualquer espumante decente.
Foi quando deu uma louca em mim e no Rafa e compramos por cincão num camelô duas cidras geladas que vieram somar-se com mais uma que já estava na área. Quando do ano-novo, até estouramos com direito a espuma jorrando e tudo. Que be
Leonardo, no ano passado fui a uma festa de casamento. Havia sugerido ao casal de amigos que pensassem a respeito do Prosecco da Salton. Não pensaram, ou se pensaram não compraram. Preferiram servir um italiano que provavelmente custou o dobro. Passei a noite bebendo arame. O gosto era bem esse, metálico. Na faixa de preço que comentamos por aqui, os espumantes brasileiros levam larga vantagem.
Quanto ao Terranova, concordo com você que ele deve ficar por último na lista. Não sei porque, mas os vinhos do Vale do São Francisco ainda não me convenceram muito. Esse negócio de ter até 20 safras no ano por causa do sistema de gotejamento é algo que ainda me soa estranho. É muita tecnologia pro meu gosto.
Grande abraço!
Por falar em "maldição da Sidra", vale a pena a leitura do texto "Isabel, niagara e os carmina burana", no blog Pisando em Uvas (http://pisandoemuvas.blogspot.com/). A foto que ilustra a crônica é muito legal. Dependendo da ocasião, vale o vinho de garrafão, a sidra cereser ou outras delícias. Só não iremos publicar comentários, porque nada há para comentar!!!
Abraço.
Leonardo,
Sei que o blog é dedicado ao vinho, não é turístico, mas que a passagem do ano em Copacabana, com o espetáculo dos 22 minutos de fogos de artifícios, foi fantástica, isto foi, além do fato de estarmos juntos, Laércio, Regina, Leonardo, Juliana, Rafael, Rosi, José e a Rossana. Nesta companhia o que menos conta é o aroma e o sabor das sidras cereser.Ou será cidra?
Abço
Laércio
Sousa Mayor 99 um épico exemplar alentejano, força, virtuosismo e carácter são as suas grandes marcas!
Antes uma Sidra na virada do ano em Copacabana com amigos do que um Petrus em Brasília. Obrigado pela visita! Abração
Eduardo Lima
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