domingo, setembro 09, 2007

Expand Wine Store Curitiba

Terça-feira, 28/08, estivemos rapidamente na inauguração da nova loja da Expand Curitiba. Fica na Batel, uma quadra antes da Brigadeiro Franco. Como a Batel é uma rua bem complexa em termos de nomes de trechos, o endereço nominal é Benjamin Lins, 559.
A estrutura de dois pisos tem em cima charutaria e espaço gourmet. No piso inferior bistrô e loja. A nossa disposição, ávidos consumidores de vinhos, novamente em Curitiba todo o catálogo da importadora com muitos rótulos de destaque.
Tanto é que retornamos na sexta-feira, quando adquirimos um Malbec argentino, sugestão do Fabio, que aguarda noites frias para ser degustado. Presenciamos também a bela mesa de entradas disponíveis para quem desarolha algumas na loja e o elaborado cardápio.
A reabertura da Expand é grande aquisição para a cidade. A confraria BaccoUbriaco nasceu dentro da Expand em seu antigo endereço e fez muita falta para nós nesse período de ausência.
Espero que muito em breve adequemos nossos calendários e que experimentemos o espaço gourmet para muitas degustações que virão pela frente. Que seja novamente bem vinda a Expand e que retomemos a boa relação que sempre tivemos no passado.

PARABÉNS BACCOUBRIACO - 100 Degustações

Retomando os acontecimentos marcantes de 2007 que ficaram fora do blog, parabenizamos a BaccoUbriaco por ter realizado em grande estilo sua centésima degustação em nove de julho na Vino!Batel, naquele mesmo endereço na Comendador Araújo de quando se iniciou a confraria na, então, Expand.
O evento extraordinário foi incrível. Foram bebidos vinhos franceses absurdos. Todos ícones de mais de 92 pontos na Wine Spectator ou no Robert Parker. Como era noite comemorativa não fizemos nossas avaliações técnicas, ficando apenas nas anotações subjetivas. Verdadeiro desfile de 7 vinhos de primeira. As anotações, inclusive, foram mais vagas que o comum, em função do clima festivo.
*Pode haver algum nome não muito preciso, em função das anotações alcoolizadas, hehehehe.

PAUL ROGER VINTAGE 1998
É Champagne, claro. 70%Chardonnay 30% Pinot Noir. Pérlage delicada e constante. Bem clarinha. Aroma muito intenso e complexo. Macia e suave. Muita amêndoa, mineral e boa acidez. 12% de álcool. R$234,22. WS 94.

ROTEMBERG PREMIER CRUS 2002 Jean Michel Davis
Alsacia. 65%Riesling 35%Pinot Gris. Amarelo intenso, límpido e brilhante. Aroma intensíssimo. Elegante e untuoso. Complexo, com várias faces: frutado, sulfuroso, mineral, tuti-fruti, goiaba, etc . Jean Michel Davis é um defensor do conceito de terroir e aplica biodinâmica em seus vinhedos. 14% de álcool. R$195,02. RP 94 WS 93.

CLOS DE SAINT CATHERINE 2001 Domaine Baumarol
Chenin Blanc do Loire. Dourado. Aromas frutados de manga, milho e carambola. Boca dulcíssima, mel, néctar. Potência no aroma, permanência na boca. Algum mineral no palato. Parecia um vinho de sobremesa sem ser. Incrível a maturação dessas Chenin Blanc. Tudo isso com apenas 12,5% de álcool. R$130,83. RP 93 WS 96.

ECHEZEAUX GRAND CRUS 2001 Joseph Drouhin
Pinot Noir. Borgonha. Intensíssimo, carvalho maravilhoso. Pimentão verde, oliva, morango, azedinho-doce. Taninos densos, veludo. Final de chocolate. Cor já opaca. 13% de álcool. R$371,00. RP94 WS92.

LA SIZERANNE 2003 M. Chapoulier
Hermitage (Shiraz). Violáceo, pouco alo, ainda novo. Aroma fechado, herbáceo. Boca ainda tânica, macia, figo. 14,5% de álcool. R$130,00. RP96 WS94.

ALAIN GRAILLOT 2003
Crozes-hermitage (Grenache). Violeta bem escuro, tintura. Mineral. Pimentão, frutas. Taninos abertos, vivos e ácido na boca. Muito jovem ainda, muitos taninos, merece envelhecer mais. 14% de álcool. R$210,00. RP93 WS95.

CHÂTEAU HAUT-BRION 1996
Grande estrela da noite!!!
Péssac-Leognan. 55%Cabernet Sauvignon 25%Merlot 20% Cabernet Franc.
Ruby acastanhado, com alo de envelhecimento. Aroma intenso, vivo, flores, frutas, madeira, complexo. Taninos ainda vivíssimos. Boca cheia, mineral e viva.ÚNICO. R$1800,00. RP 98!!!

Brindes à confraria, aos amigos e ao vinho.



ROSÉS

Em visita ao Boulevard Loja e Restaurante, na voluntários da pátria, fomos muito bem recebidos pelo proprietário Carlos Feliz e pelo Diogo. Aproveitamos a oportunidade para iniciar a pesquisa de Gewurztraminer, tema de minha degustação na confraria BaccoUbriaco em outubro.
Entre algumas dúvidas sobre qual vinho comprar, acabamos aceitando a sugestão do Carlos de levar o Rosé Terra Amata 2006 do Domaine Sorin, pertencente à Apellation Côtes de Provence Contrôlée.
Está fazendo um calorzinho em Curitiba neste feriado e não resistimos em tomar naquela mesma noite o vinho. Fomos, então, às compras e preparamos patês e queijos para acompanhar.
Diante da inexperiência total em vinho rosé, adquirimos também o Aurora Varietal Merlot Rosé 2006 para balizar o francês e servir de introdução. Estávamos em 5 pessoas e duas garrafas servem muito bem.

AURORA VARIETAL MERLOT ROSÉ 2006

TERRA AMATA 2006 DOMAINE SORIN

A cor do Terra Amata lembrou um salmão suave, já o Aurora tinha uma tonalidade mais forte. Nos aromas do Aurora percebemos maçã e sutis frutas vermelhas. O nariz deste já prenunciava uma boca meio desequilibrada de álcool e com algum tanino. Tinha algum amargor final também. O Terra Amata apresentou pêssego, frutas e algum cítrico, algo para ameixa amarela e abacaxi. Com boca bem mais delicada que o Aurora, notamos ainda citricidade e boa permanência, com muito estímulo.
Foi uma experiência engraçada provar rosés e foi muito útil ter comprado um nacional bem mais barato para sentirmos a diferença entre ele e o francês. Ganhou um caráter didático.
Os aromas deles lembram mais vinhos brancos, mas a boca é copletamente diferente. Para quem toma muito branco, parece que tem um taninozinho que não devia estar ali. (Ou devia, afinal não é um branco, é um rosé, risos.)
O patê de camarão foi o que mais harmonizou, especialmente com o francês. Percebemos, portanto, que é um estilo de vinho delicado, que combina bem com aperitivos e frutos do mar em tardes de verão.
Custo:
Aurora Varietal Merlot Rosés 2006 R$14,00 no Mercadorama Seminário
Terra Amarta 2006 Domaine Sorin Côtes de Provence R$ 46,00 no Boulevard
Nota: Melhor não pontuar devido à total inexperiência. Popor à confraria BaccoUbriaco degustação sobre o assunto em Janeiro de 2008.
Referências:
Ver página da Vinho Magazine sobre vinho rosé.
Ou rápida entrevista com Gianni Tartari da Fasano.

domingo, setembro 02, 2007

Muita Personalidade na Vinicultura Brasileira

Bento Gonçalves – Carnaval 2007

Pode apedrejar quem quiser, mas não encontramos o terroir Vale dos Vinhedos. O que presenciamos e degustamos foram vinhos de excelente qualidade feitos com o estilo próprio de cada vinícola. A personalidade das casas está além das características de conjunto da região.

Fomos para Bento Gonçalves tomar muitos vinhos e ver de perto a Fenavinho 2007. A Feria não tem lá grandes atrações, é aquela mesmice de sempre dos eventos abertos ao público. As grandes vinícolas não levam o seu melhor para o visitante comum beber. Com muita sorte se pode descobrir uma pequena ou média empresa oferecendo um produto surpreendente.
Valeu a viagem nessa época para ver parreirais ainda carregados e sentir bem de perto a cultura gaúcha do vinho. As paisagens são maravilhosas e o ambiente vinícola agracia os apreciadores.

A cidade oferece tour de Maria Fumaça (regado a muito vinho de garrafão) até Garibaldi, museu da imigração italiana e outras atrações.
A cozinha “turística” não é lá muito boa. Provamos rodízio duas vezes e foram duas decepções. Foi particularmente ruim comer no restaurante da Casa Valduga, onde esperávamos excelente refeição, já que é uma vinícola conceituada e de grande porte. Infelizmente não conseguimos provar o restaurante a la carte para ter outra visão.

Já onde comemos cozinha internacional foi outra história. Recomendo o restaurante da Cordelier. Provamos os vinhos da casa e ficamos maravilhados com os pratos servidos. Exclamações para o Ravióli ao Salmão com Sementes de Papoula. Destaque ainda para azeites de oliva de primeira, importados de toda Europa, à nossa disposição.
Da Cordelier o destaque é o espumante Brut.
Fizemos tour pela vinícola e ainda provamos uvas viníferas e americanas no pé (o que foi muito didático para ver porque se deve fazer suco com uma e vinho com outra).
O tour pela Valduga foi excelente, com visita ao parreiral e às excelentes instalações. No fim do verão está acontecendo o engarrafamento, o que é bom para ver a mecanização do processo.
Da Valduga nos agradou o Chardonnay com leve toque de carvalho e os novos vinhos de uvas mais raras que estão sendo lançados.

Depois de dois tours já decoramos todas as informações básicas que eles passam. O enófilo com alguma litragem obtém poucas informações novas em qualquer caso, mas mesmo os neófitos já ficam cansados na segunda visita.

Daí em diante vale a pena visitar para tomar. Saímos dos medalhões para empresas menores, mas que não deixam nada a desejar. Que venham Pizzato, Lídio Carraro e Cave de Pedra.
O estilo de vinificar na Cave de Pedra não me agradou muito, ainda que tenha agradado os demais membros de nossa comitiva. São vinhos fortes, potentes e de cor muito roxa. Chamou mais atenção o Tannat-Ancelota.
A Lídio Carraro tem um projeto visual e de marketing excelente. Fazem vinho com muita qualidade, mas o preço fica acima da média. A linha top deles é excelente, com destaque para o corte chamado Quorum. Surpreende encontrar alguns aromas terciários num vinho em que eles juram não ir barrica. Disparado o mais elegante provado na viagem. Vinho para quem tem estilo.
O grande destaque das três é a Pizzato pela relação preço-qualidade de seus vinhos. Bebendo lá, gostei muito da evolução de Merlot 2001 (provavelmente já indisponível) e do vinho de corte deles, o Concentus.

É claro que o solo e o clima da Serra deixam sua marca no vinho. Os Tannat são mais tranqüilos que os uruguaios o que, na verdade, agradou. Felicitamos que este ano a denominação Vale dos Vinhedos tenha ganho reconhecimento internacional e que a região seja a primeira do país com área demarcada e regulamentação própria, mas a característica que mais nos marcou foi a personalidade das vinícolas.

A viagem é fantástica para os enófilos. O ambiente vinícola, a gente acolhedora e a paisagem tranqüila dão o tom. Recomendo também ir bem acompanhado, para aproveitar o clima romântico.

Não dei conta

É, o desejo manifestado no último post não se concretizou. Em Janeiro!!!!!!! Estava atrasando com a atualização no enoblog e tinha muitos vinhos pela frente. Meses depois estamos aqui retomando o trabalho.
Foram muitos vinhos excelentes e outros nem tanto neste 2007. Com direito a carnaval enológico em Bento Gonçalves.



As fotos estão aí para mostrar um pouco o motivo de não ter mais tempo para o blog. A moça linda das fotos também adora vinhos e seria injusto botar a culpa nela, mas passou a ocupar um espaço maior na minha vida, o maior que se pode ter. Aliás, a Queisse é ótima harmonizadora, manja muito de temperos e tem paladar aguçado.
Estamos de volta com regularidade. Minha ausência não foi só aqui, foi on-line em geral. Atualizo pelo menos as circunstâncias mais marcantes deste 2007, o melhor ano enológico deste Bacciano convicto.