sábado, julho 22, 2006

Sobre Porto ainda

Curioso com as notas da Wine Spectator fui pesquisar as últimas provas da revista. Nos últimos doze meses eles estiveram provando os Vintage 2003.
Entre US$45 e US$70 encontramos muitos exemplares com mais de 90 pontos. Os melhores pontuados foram recomendados para serem tomados a partir de 2012 ou 2015 e os mais próximos dos 90 a partir de 2010. Na casa dos 80 pontos já aparecem alguns para serem tomados agora.
Pensando na degustação dos Burmester, pretendo tomar uns portos só para comparar meu gosto com a nota da revista. De longe quero avaliar igual a eles. Gosto é gosto e tenho o meu, mas é bom ter um referencial de comparação.

sexta-feira, julho 21, 2006

Vinho do Porto - 17/07/2006

Vamos começar bem! Não sou especialista em Vinho do Porto, mas em degustação na BaccoUbriaco dia 17/07/2006 provamos uns de arrepiar.
Começamos com um branco médio. Como nos foi explicado, os Porto White foram criados para atender um certo nicho de mercado e não são tão tradicionais.

Tomamos o BURMESTER EXTRA DRY WHITE PORTO.
Para mim dourado brilhante e alo claro. Aromas delicados e álcool aparecendo sutilmente. No paladar muito mel, algum calor e final adocicado. Melado. Depois de algum tempo na taça pareceu meio decaído.
Isso chama a atenção porque todo mundo acha que vinho do porto pode ser guardado por anos a fio na garrafa depois de aberto. Se evolui na taça, sinal de que na garrafa vai mudar também.
Na minha avaliação mereceu 89 pontos. Significa um excelente vinho. Custo R$45,00 .
A média dos confrades BaccoUbriaco foi 83,50. Concordo com o grupo porque ele tem alguns defeitinhos, nada de comprometedor pelo preço, mas que poderiam baixar um pouco a nota.

Os grandes vieram depois:
BURMESTER VINTAGE PORTO 2000
Quando o Porto for Vintage e Colheita é o mesmo que Ruby, contudo em grau maior de qualidade. Os Rubys são vinhos que preconizam a manutenção da cor e de aromas frutados.
Redundantemente, considerei a cor "ruby", porém brilhante. Dulcíssimo, apresentou fruta super madura e melado, como era de se esperar. Um vinho excelente. A palavra "maciez" é a que define melhor.
Custou a bagatela de R$180,00 e sorvemos cada centavo dele.
Eu pontuei 92. A BaccoUbriaco 91,63 e a revista Wine Spectator 82. Talvez nossa inexperiência em portos conte nessa avaliação absurdamente alta que demos para o Vintage, mas pode ser que a WS simplesmente tenha olfato e paladar diferente do nosso.

BURMESTER 20 YEAR OLD TAWNY PORTO
O Tawny é um porto que, como o nome já diz, é mais aloirado. Características de envelhimento e da madeira são bem-vindas. Os companheiros de degustação ficaram divididos. Uns gostaram mais do estilo Ruby, outros do Tawny. Eu considerei os dois vinhos semelhantes em qualidade, porém não tive dúvidas de que meu estilo de Porto é o Tawny.
Este 20 anos loiro da Burmester é fantástico. Tem um tostadinho da madeira puxando para amêndoas no aroma e a boca adocicada. Com o tempo na taça foi abrindo uma madeira mais maravilhosa ainda. Recomendo decantação para explorar ainda mais a complexidade deste "velho" em plena forma.
Eu, maravilhado com o melzinho na boca da criança, pontuei 96!!! A BaccoUbriaco 92,88, mostrando o equilibrio da degustação, e a WS 86. Custo? mais R$180,00.

Prometo pesquisar se tem portos melhores pontuados na Wine Spectator. Quero tirar a prova se eles não gostam de Porto ou se tem umas preciosidades ainda mais quentes vindo do Douro.

quinta-feira, julho 20, 2006

Como Comecei

Na minha pré-história no vinho, comecei com meus amigos tomando vinhos aqui de Santa Felicidade. Os vinhos de Curitiba não são feitos de Vitis Vinifera, mas sim de cepas americanas. É o famoso vinho de garrafão. É o orgulho da colônia italiana e vem gente do Brasil inteiro tomá-lo. Sinal de que nessa modalidade estamos bem. Tomávamos na rua com os amigos. Tudo piazada.
Confesso que já faz tempo que não os tomo mais. Depois que a gente descobre as uvas européias tudo muda de figura. Graças aos costumes da minha casa comecei cedo. Meus pais compravam uns vinhozinhos no mercado e tomávamos com pizza, sopa e outros pratos.
Em meados da década de 90 começaram a chegar os importados no Brasil e coincidiu com essa singela iniciação. Os rótulos no mercado já traziam vinhos nacionais e importados com uns termos que despertavam curiosidade: Cabernet Sauvignon, Merlot, Riesling, Ugni Blanc, Chardonnay, ... e começou o interesse.
Nesta época tomávamos muito os Almadén. Em seguida vieram os Marcus James. Este era um pouco mais caro. Não vou ficar fazendo análises inflacionárias em preços e relacionar com dólar ou salário mínimo, mas no meu psicológico o Almadén devia custar o equivalente hoje a uns R$16,00 e o Marcus James uns R$20,00.
Pasmem os mais novos, não tinha computador nem Internet em casa ainda. Instalamos tudo só pelo meio da década em diante porque eu e meus irmãos sentíamos falta para fazer trabalhos e pesquisas. Eu não lembro como começaram a surgir os primeiros materiais de estudo sobre vinho em casa.
O que me marcou foi o papel da “Vinho Magazine” na minha formação. Encontrei em algumas bancas de Curitiba e saí devorando. Não perdia uma edição. Pena que a distribuição para cá nunca foi regular (nem mesmo o é atualmente) e acabei não fazendo assinatura. É raro achar aqui em CWB, mas até hoje quando tropeço em uma... compro. Depois vieram outras revistas, acompanhando esse crescimento do mercado de vinhos no Brasil.
Na aconchegante cozinha do pequeno apartamento no Água Verde, com meus pais é que discutia os vinhos. Foi por eles que surgiu o primeiro interesse. É com eles ainda que tomo muitas de minhas garrafas. As primeiras descobertas de aromas, da importância da taça, do notar a cor, as primeiras comparações e a derrubada dos pré-conceitos iniciais foram todas dentro de casa.
Isso foi importante porque fala um pouco de minha família e do papel do vinho no ensinar a beber. Foi bom meus pais me educarem em casa, pois na rua a aula era de como cair bêbado. O apreciar vinho tem essa vantagem de ser mais importante qualidade do que quantidade. Eu, meus pais e meus irmãos, somos todos muito unidos e na minha história de vida a maioria das coisas que enraízam tem origem na família.
Regina, Laércio, Ju e Rafa, o blog está dedicado a vocês.

Começando

A partir do dia 23/07 muito conteúdo!!!