quinta-feira, dezembro 30, 2010

Guardar ou não guardar: questão de qualidade

Um dia houve um mito que dizia ser bom o vinho tinto envelhecido. A literatura especializada já preveniu-nos que, para ser um vinho de guarda, é necessário que o produto tenha algumas características especiais. Não sendo o caso, o melhor é beber logo mesmo.
Não é necessário sair abrindo os tintos nacionais, os malbecões argentinos ou os bons cabs e merlots chilenos de 2010 com urgência no ano novo.
A maioria com 3 anos está muito bem; muitos com 4 anos estão melhores; e alguns chegam aos 5 anos fazendo a felicidade do enófilo por terem sido esquecidos no fundo da adega. O vinho comum não passa muito disso.
Em qualquer parte do mundo teremos exemplares para mais fôlego. Para os melhores (e quase certamente mais caros) de cada região o céu é o limite. Alguns chegam à plena forma aos 10 anos, outros aos 20, os fora de série ...
Toco no assunto por causa de um Santa Ema Cab Sauv 2004 que abrimos ontem, em casa de meu pai. Seis anos de vida completos para um vinho na faixa dos R$35,00 foi um pouco demais.

SANTA EMA CABERNET SAUVIGNON 2004

Tenho certeza que o chileno do Maipo foi um ótimo vinho até uns 2 anos atrás. Estava bom até e - diferente de outras ocasiões em que chegamos a jogar vinho na pia - tomamos alegres a garrafa toda.
A questão é que os aromas de defumado e geléia de fruta com toque de baunilha estavam meio opacos. As esperadas especiarias simplesmente não estavam lá. No paladar, havia um desequilíbrio ácido na língua e no retrogosto. Não chegou a ser ruim, mas estava óbvio que esse vinho já foi mais equilibrado. A cor não tinha mais brilho, era um marrom meio turvo.
Destaco que foi conservado em adega climatizada, o que favorece a preservação das qualidades.
13% de álcool. VV!79.

Um ou outro vinho comum pode surpreender-nos aos 6 ou 7 anos, mas sendo a última ou única garrafa dele, por que arriscar?

Um comentário:

Fabiana Gonçalves disse...

Leonardo,
Que você tenha um ano novo com muitos bons motivos para brindar! Abração, confrade.