terça-feira, dezembro 12, 2006

III Degustação Viva o Vinho! - Espumantes

Nesta época de fim de ano o blog aproveita para organizar a degustação de espumantes.
Não quero degustação muito técnica. Esse período de festas chama a organizar um evento mais "efervescente".
Como não pode deixar de ter caráter educativo, compilei breve material sobre a produção dessa obra comparável a "beber estrelas":


EFERVESCÊNCIA

Os vinhos espumantes têm sua imagem associada a festas e a comemorações. São eles que acompanham o ano-novo, o podium de competições esportivas e até o lançamento de navios ao mar.
Sua efervescência vem do gás carbônico que fica preso no líquido durante os processos de fermentação.
O método clássico Champenoise – foi desenvolvido na região de Champagne, na França. Lá os vinhos já preparados costumavam voltar a fermentar no calor da primavera e ganhavam naturalmente a espuma. Era sinal de defeito no início, mas essa característica peculiar acabou atraindo o interesse dos apreciadores e se tornou o grande trunfo da região.
É tão recente a valorização do Champagne na história do vinho que só se tornou moda depois que foi adotado pela corte do duque de Orleans, no século XVIII. Atribui-se ao monge Dom Pierre Perignon o primeiro grande desenvolvimento das técnicas de produção da região, ainda no século XVII.

MÉTODO CLÁSSICO

O método clássico consiste em engarrafar um vinho tranqüilo junto de uma solução de açúcares e leveduras chamada licor de tiragem. As leveduras atacam os açúcares e os transformam em álcool e gás carbônico. Um defeito do processo é o depósito das leveduras junto ao vidro. A jovem viúva Nicole Barbe Ponsardin, proprietária da Maison Clicquot, foi quem criou a remuage, processo pelo qual se gira a garrafa diariamente e muda-se o ângulo em que se encontra para que os depósitos lentamente desçam para o gargalo.
Em seguida é feita a degola, que consiste na retirada desses depósitos, e é acrescentado o licor de expedição para ocupar o espaço vazio deixado pela degola. É o licor de expedição que definirá a quantidade de açúcar final de um espumante.

MÉTODO CHARMAT


O engenheiro francês Eugene Charmat desenvolveu um método industrial onde a segunda fermentação acontece em cubas de inox sob controle total de temperatura, de pressão e dos processos de fermentação das leveduras. Mais prático e barato, infelizmente este método acaba gerando vinhos menos complexos que o champenoise, valorizando ainda mais o trabalho artesanal.

PALAVRAS

Ainda que um vinho seja feito pelo método clássico, ele não poderá ostentar o nome Champagne ou Método Champenoise em sua comercialização. São nomes exclusivos dos vinhos feitos em Champagne. Quaisquer outros vinhos efervescentes no mundo só poderão ser chamados de espumantes. Algumas outras regiões demarcadas em outros países também tentam proteger seus nomes como Prosecco, Asti, Francia Corta e Cava.

FONTES

LAROUSSE. Larousse do Vinho.
SANTOS, Jose Ivan. Vinhos – O Essencial.

4 comentários:

João Barbosa disse...

Boa noite (aqui em Portugal é noite, e fria). Quero agradecer-lhe as gentis palavras que me deixou no blog e o link.
Aproveito a oportunidade para saudar o «Viva o Vinho», que é, desde há algum tempo, um lugar de leitura e já adicionado aos favoritos do meu blog. Gosto particularmente do modo como se vê o «velho mundo» desse lado do Atlântico. Boas provas e... Saúde!

Anônimo disse...

Estou aguardando o post sobre a quarta-feira :)
Beijos

Anônimo disse...

Método Rafael!
Chame os amigos, abra a garrafa com uma colher (empurrando a rolha pra dentro), tome no gargalo e passe a garrafa pra frente. Deixe acontecer a terceira fermentação no estômago e durma abraçado com o cachorro.

Anônimo disse...

Oi Leonardo.

Acompanho seu blog há alguns meses. Parabéns por representar Curitiba no mundo dos blogs de degustação de vinhos!

Eu confesso que, atualmente, estou na fase das cervejas (não as pilsen aguadas, cervejas de verdade) e gostei muito de suas avaliações da Eisenbahn e da Bohemia Confraria, minhas prediletas.

Queria pedir a você que não deixasse o "vinho de cevada" de lado e continuasse com posts sobre esta bebida. Sugestão: Eisenbahn Lust - a primeira cerveja no Brasil que passa pelo método champenoise (como a "Deus" belga). Curioso? Eu recomendo!
Um abraço!