quarta-feira, setembro 27, 2006

Eisenbahn

Depois do post da Bohemia Confraria, estava devendo a degustação de Eisenbahn.
Fomos muito bem recebidos no Bar da Vila, mais conhecido por todos como Bar da Eisenbahn em Curitiba. Fica na Mateus Leme, uns 400m depois do Portal Polonês.
Tive uma aula, grande introdução ao mundo das cervejas. Dentre todas as informações, destaco que as cervejas podem ser feitas em alta ou baixa fermentação. Na alta, é permitido ao fermento subir e a temperatura pode chegar aos 16ºC. Na baixa fermentação a temperatura não passa dos 10ºC.
Malte nada mais é do que a semente germinada. Nessa condição, o amido que está dentro da semente se desenvolve e é melhor explorado para a fabricação dos fermentados.
Pode-se dividir ainda o mundo das cervejas em duas grandes famílias: Lager e Ale. No princípio eram apenas as Lager, mas com o desenvolvimento das técnicas e da arte cervejeira criaram as Ales.
Interessante que a Pílsen, tão tomada no Brasil, é Lager. Esta é uma bebida mais simples, sem muitas nuances de sabor e de aroma, que serão variantes de pão e de cevada. Foi dito que muitas das nacionais básicas usam milho e arroz na composição, baixando a qualidade do produto.
As Ale são muito mais complexas e interessantes, cheias de aromas diferentes e detalhes, produzidas em alta fermentação.

Vamos à prova, que não foi pequena:
ORGÂNICA
Um brinde e vamos a luta. A Orgânica é uma Pílsen (Lager) feita sem qualquer tipo de fertilizantes sintéticos e agrotóxicos. É muito leve e fresca. Agrada quem não está muito familiarizado com maltes tostados e amargos. 4,8% de álcool.
PÍLSEN
A Pílsen da Eisenbahn é feita com puro malte de cevada. Apresentou aromas de pão, cevada e cereal. 4,8% de álcool.
KÖLSCH
Bebida em sequência, sentimos claramente a diferença quando chegou a primeira Ale. É a cerveja tradicional de Colônia, na Alemanha. Ela é muito leve e frutada, recebendo 4 tipos diferente de maltes. Havia aromas de abacaxi, mel e frutas frescas. 4,8% de álcool.
WEIZENBIER
Esta é a de trigo. O costume é que se sirva uma garrafa (long neck) por taça. A forma permite que se faça o brinde com o fundo dela. Turva, sem filtração. Bem aromática, com floral, adocicado, oliva. Quem sabe banana caramelizada. Certamente uma cerveja bem culinária. 4,8% de álcool.
PALE ALE
Grande cerveja de tradição inglesa. Cor mais escura que as demais. Aromas de especiarias e paladar com amargor. Boa para beber a noite toda. 4,8% de álcool.
DUNKEL
Voltamos para uma Lager, agora escura. Aroma ainda com frutas, mas boca café e doce, com tostado. Só foram usados 5 maltes diferentes nesta. A cor vem diretamente do malte tostado, sem adição de corantes. 4,8% de álcool.
RAUCHBIER
E seguíamos brindando, cada vez com mais entusiasmo. Nariz pouco intenso. Aroma e sabor defumado. Na boca é mais intensa e muito complexa. Agradável. O álcool dessa é um pouquinho maior: 6,5%.
WEINZENBOCK
Esta é a escura de trigo, sem filtração. Enche a boca com banana. Aromas de especiarias, balsâmica. Boca com banana passa, caramelo e torrefação. 6 tipos de malte e detalhe para o teor alcoólico: 8%.
STRONG GOLDEN ALE
Estilo belga, para ser comparada com a Bohemia Confraria e Leffe Blond. Aroma intenso e complexidade absurda. Fruta, morango, cítrico, adocicado. O fabricante fala em especiarias e caramelo. Dá-lhe brindes e 8,5% de álcool.
BIERLIKÖR
Para encerrar a noite porque não provar o licor de cerveja? Mais um brinde. Aroma de marzipan e sorvete de flocos. Boca quente e macia. Uma delícia. Para ser degustado lentamente, curtindo o sorvete de flocos. 30,47% de álcool.

Que noite!!! Quantas cervejas!!! Felizmente não demos conta de todo o universo Eisenbahn. Agora para o Natal a cervejaria lança em edição limitada a WeinachtsAle, para harmonizar com os pratos fortes de fim-de-ano. Aguardo ansioso.
Entre as opções surpreendentes que ainda me esperam, já está disponível a Lust, uma cerveja que fez a segunda fermentação na garrafa pelo método Champenoise numa vinícula catarinense.

Confesso que no início da degustação ainda estava meio perdido, pois a maioria das cervejas é tímida no aroma e é a boca o principal da prova. É um referencial diferente do vinho. No final, mais "tranquilo" depois de algumas, já estava virando especialista. Efeito da "alta" fermentação, risos.
A sequência de cervejas foi perfeita, com degustação muito bem conduzida pelo nosso anfitrião e proprietário do Bar. Entre as lições, ele contou que, no caso das cervejas, quanto mais fresca, melhor. Por isso os Chopps que serve do barril são ainda mais saborosos que as long necks.
Analisando agora, posso dizer que continuarei na Pale Ale como o chopp para a noite toda, visto que é leve o bastante sem abrir mão de algum malte tostado. Gostei muito da força da Weizenbier. A Orgânica cai muito bem para quem prefere cervejas leves. A Rauchbier é a exótica. A Strong Golden Ale é extravagante: teria dificuldade de tomá-la em quantidade porque pode ficar enjoativa, já que é adocicada, mas para fechar uma noite é ideal.
Já retornei duas vezes ao Bar da Eisenbahn para comer batata suiça e fui muito bem atendido. Dizem que nas quartas a banda rouba a cena. Só não aconselho tentar provar todas as cervas numa noite só, sob o risco de perder o caminho de casa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Leonardo, tudo bem? Passei por aqui pra conferir se você já tinha escrito sobre os vinhos da Miolo, e acabei achando um post sobre Eisenbahn. Minha preferida é a de trigo, weizenbier. Uma cerveja pouco amarga, bem frutada e, como você escreveu, com um sutil aroma de banana.

Agora vale esperar pela edição de Natal.
Um abraço,
Harumi

Anônimo disse...

Oi Leo

Quando irão aparecer as fotos dos 5 anos do Bacco Ubriaco....???e os comentários das Magnun???

Charlston