quarta-feira, agosto 30, 2006

Jacobina

Após a janta, ainda fui ao bar Jacobina na Almirante Tamandaré. Encontrei amigos recém chegados de viagem. Na fria noite de Curitiba, o bar estava cheio em plena terça-feira.
Não consegui impedir a tempo que tomassem cerveja, ficando sozinho para tomar vinho. Em taça serviam Madeira e Porto. Vamos à luta.
Pedi primeiro o Justino´s Madeira. Com certeza da linha básica da vinícola, não atendeu minhas espectativas nem de longe. Servido naquelas tacinhas ridículas que insistem em usar por aqui, a cor era turva e percebi que era o fim da garrafa. Mal sinal de saída, pois vai saber quanto tempo ficou aberto (será que conta em semanas? meses? anos?). O melhor que dá para dizer (tendo bebido, insisto, na tacinha ridícula) é que estava adocicado com ataque alcoólico excessivo.
Na carta de vinhos oferecia ainda o Messias Tawny que resolvi provar também. Ingenuidade porque sabia que viria na ridícula tacinha. Já com o líquido servido, desconfiei. Cor errada, para o vermelho. Na boca, muito álcool e sabor errado: frutado. Nem pedi para ver a garrafa, mas tem tudo para ser Ruby.
Fiquei com inveja dos que chegaram depois e pediram chocolate quente.
Custo: R$6,00 a dose na taça medíocre. O mala aqui ainda pediu duas!
Em defesa do bar, tem alguns vinhos vendidos em garrafa a preço honesto, contudo servidos em taças também ruins.
(Isso foi uma defesa? Rs)
Felizmente a companhia estava ótima e tive a noite salva por doses de rum nicaraguense trazido da viagem pela América Central.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ô loko meu, acho que vou fazer um blog também: Viva o Rum, a Tequila, a Cachaça e, por que não, a Vodka.
O único problema é que a maioria dos posts vão ser assim:
"Tomei uma tequila animal ontem, mas não lembro de nada."
ou
"Nossa, Mojitos ontem destruiu, pena que acabou a hortelã, tivemos que tomar Rum puro mesmo. Infelizmente isso é tudo que eu sei da noite."
ou pior
"Hot Hot Hot rolou solto com uma cana das mais baratas, terminei a noite abraçado com a privada."

É isso ae. Pára de frescura e vai tomar vinho em copo de requeijão pra ver o que é bom. Aliás, eu não faço mais isso porque meu querido irmão deixou comigo uma taça pro da Decanter.
Abraços

Anônimo disse...

Eu ja fui também ao jacobina,
adorei lá o atendimento e as comidinhas são uma delícia.
E também provei do Messias e Justino's.
O mínimo que uma pessoa que conhece de vinhos madeira e do porto sabe que:
A cor é turva. Não existe vinho do porto que pareca "transparente"
O vinho madeira tem o objetivo de ser um APERITIVO por isso são servidos em taças "minusculas ou rídiculas".
Esses aperitivos e QUALQUER outo vinho depois de aberto só pode ser consumido depois de 3 dias.
Então acho que você pode esquecer "Semanas"."Meses" e "Anos"
Mais como eu acredito também a civilização é FRESCURA, você queria uma taça grande para um vinho de aperitivo. E ainda quer falar algo sobre o preço deste vinho...Frequento outros bares e o menor preço foi 5,50 todos de mesma qualidade. Creio que você deveria rever o conceito de degustação antes de falar de algum desses vinhos de aperitivo pois são somente produzidos em Portugal.
É claro que de garrafa pra garrafa há uma diferença ou outra, mas NADA que mude muito.

Anônimo disse...

John, o Jacobina é um ótimo bar para comer e tomar cerveja, concordo. O objetivo do blog, contudo, é avaliar vinho e o serviço do vinho.
Poucos lugares de Curitiba o fazem corretamente.
Taças é um assunto interessantíssimo. Se posso contribuir com algo de experiência própria é que vinhos fortificados devem ser bebidos em taças de degustação normais.
Isso permite que observemos a cor e apreciemos o paladar antes de beber. Tem mais: em taças normais tendemos a consumir um pouco mais, ao invés de regatear os golinhos.
Agora, se o obejtivo é "aperetivar" com fortificados, realmente não faz a menor diferença.
Acredito , porém, que vinhos dessa natureza merecem ser bebidos com gosto. Agradeço a honesta opinião e continuemos o debate.
Leonardo

Leonardo de Araújo disse...

Retificdando: quando disse "paladar" no comentário acima, quis dizer "olfato".
Sobre taças: Vinho fortificado realmente não deve ser servido naquelas tacinhas ridículas de pinga. Risos. As fábricas de cristais conceituadas fazem taças específicas para Porto e cia. São maiores que as de pinga e menores qua as normais para vinho.
Uma taça de cristal custa em 2008 a partir de R$15,00 nas lojas. Não pretendo gastar o equivalente a um LBV só para ter taças pro. No futuro, quem sabe.
Por enquanto continuo defendendo a mesma idéia de sempre. Nada de economizar no portinho: Serve-o em taça de vinho e bebe-o como se fosse vinho tranqüilo. Só não dirige depois porque um Porto pode ter 20% de álcool e a "lei seca" que entrou em vigor te multa em R$1000,00. Risos.
E nada de deixar o Porto 3 meses, 3 anos, 30 anos, ... aberto "porque güenta".
No dia seguinte ainda está bom, 2 dias depois ainda vai. Na dúvida, tome logo e curta essa jóia do mundo do vinho.
Fazendo justiça: Estive no Jacobina em 16/06/2008. Pedimos um italiano que estava honesto e viva!: As taças de vinho tranqüilo foram renovadas. Aquelas velhas passaram a ser usadas para servir água. Quanto às tacinhas ridículas de porto (ou pinga), continuo sem saber.

Leonardo de Araújo disse...

PS: Faltou falar da cor.
Dos Madeiras não explorarei muito porque minha bagagem é menor, mas no mínimo deveria parecer sadio.
Os Portos são classificados pela cor. Os Ruby tem cor ruby. Risos. Em geral são densos e escuros.
Os Tawny são os "aloirados". Rumam para um âmbar escuro, tons de marrom e amarelo escuro.
SEMPRE, TODOS, QUANDO SADIOS, BELAMENTE BRILHANTES.
Talves após décadas ou centenas de anos em garrafa eles percam o brilho (ou sofram intenso contato com o oxigênio: garrafa aberta).